A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou nesta terça-feira, em Brasília, da entrega da terceira edição do Prêmio Chico Mendes. O concurso foi criado para valorizar trabalhos desenvolvidos em benefício da conservação do meio ambiente na Amazônia e identificar práticas bem-sucedidas realizadas individualmente, em grupo, em comunidade ou por instituições privadas. O prêmio foi instituído em 2002 e o primeiro ganhador na categoria Liderança Individual foi a então senadora Marina Silva. Este ano, os primeiros colocados, em cada uma das seis categorias instituídas, receberão R$ 20 mil, somando R$ 120 mil em prêmios.
Manoel Conceição Santos foi o vencedor na categoria Liderança Individual. Trabalhador rural, maranhense, Manoel tem uma história de 41 anos de luta pela construção de um modelo de desenvolvimento sustentável. Fundou 28 escolas comunitárias de alfabetização de adultos e o primeiro sindicato de trabalhadores rurais do Maranhão. Foi preso e exilado, quando houve o golpe militar em 1964, retornando da Suíça em 1979, quando fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural e participou da criação da Reserva Extrativista do Ciriaco e da Mata Grande, em Imperatriz, no Maranhão.
Na categoria Arte e Cultura, o prêmio foi para o Centro de Pesquisas Museológicas Museu Sacaca. O museu, uma exposição a céu aberto, reúne numa área de 20 mil metros quadrados réplicas de habitações das etnias Palikur e Waiãpi, a casa da farinha Karipuna, as casas dos ribeirinhos e dos castanheiros e orquidário. O museu tem uma concepção inovadora, porque envolve a comunidade no processo de elaboração e construção dos ambientes.
O ganhador da categoria Ciência e Tecnologia é Carlos Walter Porto Gonçalves. Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Carlos desenvolve pesquisas na Amazônia Brasileira. Além de publicar artigos e fazer conferências pelo Brasil e exterior, o pesquisador lançou quatro livros, onde fala sobre os movimentos sociais da Amazônia.
A Fruta-Sã, fábrica de polpas de frutas do Cerrado, foi a vencedora da categoria Negócios Sustentáveis. Trata-se de um projeto de economia solidária de comunidades indígenas e camponesas do Sul do Maranhão e Norte do Tocantins. Foi criada para beneficiar e comercializar as frutas do Cerrado coletadas pelos índios Timbira e pelos pequenos produtores vizinhos. A principal finalidade é viabilizar a sustentabilidade econômica da Associação Vyti-Cati, para que ela assuma a autogestão de projetos sociais, culturais e econômicos das aldeias associadas, preservando o Cerrado.
O Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) foi o vencedor da categoria Organização Não-Governamental. Fundado em 1992, o GTA reúne 430 entidades filiadas e está estruturado em oito estados da Amazônia Legal. O Grupo foi criado para promover a participação das comunidades da floresta nas políticas de desenvolvimento sustentável para a região.
O prêmio Associação Comunitária foi para a Associação dos Seringueiros do Seringal Cazumbá. A comunidade Cazumbá vive numa área de 25 mil hectares, utilizando recursos naturais com responsabilidade, sem comprometer a biodiversidade.
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