Mitigação é definida como a intervenção humana para reduzir as emissões por fontes de gases de efeito estufa e fortalecer as remoções por sumidouros de carbono, tais como florestas e oceanos. A pergunta básica para mitigação é: "Como minimizar as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera?"
A mitigação é uma das estratégias de resposta à mudança do clima, através da redução de emissões. Seus benefícios são globais e de longo prazo. Isso fica claro com o fato de que, uma vez estabilizadas as concentrações de gases de efeito estufa em decorrência dos esforços de mitigação da suas emissões, a temperatura média global de superfície deve se estabilizar em poucas décadas, embora um pequeno aumento adicional possa ainda ocorrer ao longo de séculos.
Sob uma ótica global, fica evidente que o grande problema do aquecimento global e, portanto, da mudança do clima, está relacionado à dependência global nos combustíveis fósseis para suprimento de calor, geração de eletricidade e transporte.
A redução de emissões de gases de efeito estufa no suprimento de energia tem sido buscada através de uma série de políticas governamentais que utilizam instrumentos econômicos (por exemplo, subsídios, taxas, isenção de taxas e crédito), instrumentos regulatórios (por exemplo, padrões de desempenho mínimo, controle de emissão veicular) e processos políticos (por exemplo, acordos voluntários; disseminação da informação; planejamento estratégico). Porém, é fato que a redução de emissões requer uma ação conjunta envolvendo o governo, a sociedade civil e a indústria de energia em uma escala nunca antes vista.
No setor de transportes, a mitigação de gases de efeito estufa está relacionada não somente à escolha de combustíveis alternativos como o etanol e biodiesel, mas também à melhoria da eficiência energética. Por exemplo, as emissões de dióxido de carbono nos "novos" veículos leves podem ser reduzidas em até 50% em 2030 comparadas aos modelos atualmente produzidos, assumindo avanços tecnológicos persistentes.
No setor Agricultura, a mitigação pode ser alcançada por meio de práticas de plantio direto, onde o revolvimento da terra para plantio, com conseqüente liberação de dióxido de carbono pelo solo, é evitado. Adicionalmente, uma agricultura menos intensa no uso de fertilizantes nitrogenados, responsáveis por emissões de óxido nitroso, também é uma alternativa para o setor.
Para o Brasil, a contribuição mais efetiva para a mitigação da mudança do clima está relacionada à redução de emissões por desmatamento, atividade responsável por grande parte das emissões brasileiras . Nesse particular, o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal foi criado em 2004 e vem sendo implementado, apresentando resultados importantes nos últimos anos. É fundamental entender, cada vez mais, os vetores do desmatamento para que ações diretas sobre eles sejam implementadas. Essas ações nem sempre são simples e requerem investimentos contínuos e crescentes a cada ano.
Incorporar a mitigação da mudança do clima no processo decisório é parte integral do desenvolvimento sustentável, pois os seus esforços podem auxiliar na redução do risco de impactos adversos da mudança do clima que irão prejudicar aqueles que possuem menores possibilidades de lidar com esses impactos - os menos favorecidos economicamente.
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