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Exposição traz réplicas do sítio histórico da Flona de Ipanema

As maquetes destacam prédios do complexo da Real Fábrica de Ferro e também homenageiam a flora e a fauna da floresta nacional administrada pelo ICMBio, autarquia do MMA
Publicado: Segunda, 05 Agosto 2019 19:02 Última modificação: Quinta, 22 Agosto 2019 18:42
Crédito: Joel Amorim/Divulgação Confeccionadas com papelão, isopor, cortiça, argamassa e papel, as maquetes apresentam alto grau de realismo Confeccionadas com papelão, isopor, cortiça, argamassa e papel, as maquetes apresentam alto grau de realismo
Brasília – Os prédios mais significativos do complexo arquitetônico e industrial da Real Fábrica de Ferro de São João de Ipanema, que integram hoje o sítio histórico da Floresta Nacional (Flona) de Ipanema, em Iperó (SP), são replicados em detalhes minuciosos nas maquetes do artista plástico Santiago Ribeiro. Elas compõem a exposição “Há um ponto de luz na imensidão”, aberta na sexta-feira (2), no saguão da Fundação de Desenvolvimento da Cultura de Sorocaba (Fundec). A Flona é administrada pelo ICMBio, autarquia do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Com entrada gratuita, a mostra fica em cartaz até dia 19 e depois percorrerá a Biblioteca Aloísio de Almeida, no Campus Cidade Universitária da Universidade de Sorocaba (de 20 de agosto a 3 de setembro), Biblioteca Municipal de Sorocaba (de 4 a 20 de setembro) e Biblioteca Infantil Municipal (de 23 de setembro a 7 de outubro). A vernisage contou com palestra dos historiadores José Rubens Incao e Ubaldino Dantas Machado.

Inédita, a mostra é realizada com fomento da Lei de Incentivo à Cultura de Sorocaba (Linc), no edital de 2018, reúne reproduções fiéis dos imóveis mais emblemáticos do sítio histórico de Iperó, marco da primeira indústria siderúrgica do Brasil, fundada em 1810 por D. João VI. Ao final da temporada, as maquetes serão doadas para um museu.

Apesar do alto grau de realismo e fidelidade com as edificações originais, Ribeiro considera as maquetes, inteiramente feitas à mão, “esculturas”, suporte de criação da arte contemporânea que, além de encantar os observadores por sua beleza estética, ajuda a destacar a importância histórica daquele complexo. “É um gatilho da história e da memória, pois deixa o visitante mais íntimo da própria história; uma sementinha para a pessoa sair e pesquisar mais sobre o assunto e até a visitar a Fazenda Ipanema”, comenta.

Confeccionadas com materiais diversos, como papelão, isopor, cortiça, argamassa e papel, cinco maquetes compõem a exposição, sendo a maior delas, com 1,20 metro de largura, é a reprodução do atual Centro de Memória de Ipanema, imóvel construído em 1811 para servir de administração e residência do diretor da fábrica e que, em 1941, ganhou um sobrado anexo para hospedar Dom Pedro II em sua primeira visita à Ipanema ocorrida somente seis anos depois.

Outra maquete que chama a atenção pela complexidade da construção, com paredes de pedras, portas e janelas imensas e um madeiramento de sustentação do telhado, é a Casa das Armas Brancas, ícone do sítio histórico, projetada e construída em alvenaria de pedra e cal partir de 1879 e inaugurada por Dom Pedro II em 1886.
Uma das três cruzes produzidas em 1818, para comemorar a primeira corrida de ferro dos Altos Fornos Geminados, também é representada na exposição. Confeccionada em madeira, a peça ganhou tinta especial que dá aspecto de ferro incandescente, recém saído do processo de fundição.

A exposição traz ainda o Cemitério Protestante, construído em 1811 por suecos e ingleses, luteranos e anglicanos, com autorização expressa em Carta Régia de D. João VI; a Casa da Guarda, imóvel construído originalmente para ser depósito de minérios e que depois foi transformado em prisão; e Os Altos Fornos de Mursa e Varnhagen.
A coleção é uma continuidade da pesquisa sobre maquete iniciada por Santiago há mais de dez anos e radicalizada na exposição “Cenário da memória — um retrato da arte em maquetes”, contemplado pela Linc em 2016, que resgatou alguns casarões históricos de Sorocaba e foi vista por mais de duas mil pessoas.

Para reproduzir com fidelidade os prédios do histórico complexo industrial, Santiago realizou visitas técnicas para registros fotográficos e medições. O cuidado processo de confecção das obras teve a contribuição do artista assistente Edneu Abud e foi enriquecido por relatos dos historiadores José Rubens Incao e Ubaldino Dantas Machado e da leitura dos livros “Retratos de Ipanema: fatos históricos e imagens do Araçoiaba e Ipanema” e “Histórias Illustradas de Ypanema e do Araçoyaba”, ambos do pesquisador Gilson Sanches.

Desta vez, o alto grau de realismo das maquetes se contrasta com uma série de 11 quadros, com técnica de colagens de papel, que abordam o lado lúdico daquela região, baseado no folclore que circunda a Fazenda Ipanema, como “O lobisomem”, “O monge” e “O meteoro”. “É a primeira vez que duas linguagens diferentes que desenvolvo se encontram em uma exposição”, comenta o artista.

As colagens também prestam homenagem à flora e à fauna da atual Floresta Nacional de Ipanema, nas obras “O lobo-guará”, “O primata”, “A espiã” (coruja), “A revoada” — pesquisadores estimam que naquela área existem mais de 350 espécies de aves –, e “Pequeno grande reino encantado”, que retrata a vegetação de musgos, cogumelos e plantas rasteiras que, apesar de menos vistosas, são fundamentais para o equilíbrio do ecossistema da floresta.
 
Ascom MMA - (61) 2028-1227 - com informações do Jornal Cruzeiro do Sul (Felipe Shikama) 
 
 
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