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Fogo em Veadeiros está sob controle

Principais linhas de incêndio estão sendo debeladas. Brigadistas trabalham para impedir ressurgimento do fogo e combater focos fora do parque.

Publicado: Quarta, 25 Outubro 2017 16:30
Crédito: Paulo de Araújo/MMA Ministro se reúne com o comando Ministro se reúne com o comando

Atualizada em 25 de outubro de 2017, às 19 horas

PAULENIR CONSTÂNCIO*

O fogo no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, já está sob controle e a previsão é que os focos de incêndio ainda em atividade sejam debelados nos próximos três dias. A informação foi dada nesta quarta-feira (25/10) pelo ministro do Meio Ambiente, Marcelo Cruz, em entrevista coletiva em Brasília. “As condições climáticas de vento agora são favoráveis e permitiram que o trabalho de combate, sob coordenação do ICMBio, acontecesse também à noite, 24 horas do dia”, afirmou o ministro. “Continuamos trabalhando para debelar definitivamente o fogo, que agora está principalmente na região fora da área do parque”, disse.

No início da tarde, Marcelo Cruz e o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, reuniram-se com o comando unificado das operações, em Alto Paraíso (GO). Também participou o secretário de Meio Ambiente do DF, André Lima. Em seguida, eles sobrevoaram o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, que graças ao trabalho da maior operação de combate já realizada na região, teve preservada a infraestrutura turística nas trilhas e cachoeiras do Rio Preto, principais pontos de visitação. A atuação agora está voltada para evitar que a área quilombola, habitada pelas comunidades Kalunga, seja atingida.

Soavinski (E), Marcelo Cruz (C) e André Lima, secretário de Meio Ambiente do DF (Foto: Paulo de Araújo)

O combate aos focos de incêndio, que atingiram seu pico após o feriado prologado de 12 de outubro, exigiu a operação coordenada de cinco aviões tanque, uma aeronave Hercules C-130, quatro helicópteros, 170 brigadistas, mais de 40 bombeiros e policiais ambientais, além do apoio direto de voluntários das comunidades do entorno do parque. A resposta rápida evitou que áreas maiores de Cerrado nativo fossem queimadas. Após a reunião com o comando unificado, em Alto Paraíso, Marcelo Cruz reforçou que "existe um contingente adequado" e a situação está sob controle. "Mas não podemos deixar de considerar o impoderável, que é a condição climática e a possibilidade de incêndios criminosos", alertou.

INVESTIGAÇÕES

Marcelo Cruz disse que há fortes indícios de que alguns dos focos foram ateados de propósito e de forma criminosa. As polícias ambiental e civil de Goiás estão investigando relatos de que um dos incendiários utilizou uma motocicleta e galões de combustível para atear fogo em áreas escolhidas por alguém que conhece a região e o comportamento do fogo.

O ministro disse que solicitou ao Ministério da Justiça o apoio da Polícia Federal, já que o parque é uma unidade de conservação da União. As ações também têm o apoio do Ministério da Defesa, que enviou o Hércules C-130. "É o melhor equipamento que temos disponível", informou o ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também esteve na região nesta quarta-feira.

De acordo com o diretor de Fiscalização do Ibama, Luciano Evaristo, tão logo o fogo seja debelado, os órgãos ambientais vão periciar o local para colaborar com as investigações. A pena para quem provoca incêndios florestais vai de 1 a 4 anos de prisão.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão gestor da unidade, avalia que 25% da área do parque tenham sido atingidos pelo fogo, podendo chegar a mais de 60 mil hectares. O parque nacional teve sua área ampliada em julho deste ano de 65 mil hectares para 240 mil hectares. Para o coordenador-geral de Proteção do ICMBio, Luiz Felipe de Luca, a ação coordenada das brigadas que atuam no combate ao fogo assegurou o rápido combate. Segundo ele, o fogo não causou danos ainda maiores devido ao trabalho de prevenção que antecedeu o longo período de seca.

A presença de ventos fortes, baixa umidade do ar, altas temperaturas e estiagem prolongada contribuíram para o avanço do fogo no Cerrado. Mesmo assim, de acordo com Luiz de Luca, a área atingida pelo fogo nas 310 unidades de conservação do país se mantém estável em 1,1 milhão de hectares. O ICMBio desenvolve um intenso trabalho para prevenir os incêndios, com manejo de áreas críticas, educação ambiental, abertura de aceros (faixas sem vegetação que possa propagar o fogo).

Área atingida pelo incêndio no Parque Nacional Chapada dos Veadeiros (Foto: Paulo de Araújo)

 

* Colaborou Waleska Barbosa, enviada especial a Alto Paraíso (GO).


Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA)
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