LUCAS TOLENTINO
O Brasil negociará medidas para garantir uma economia de baixo carbono na próxima cúpula das Nações Unidas sobre mudança do clima, que ocorrerá em Marrakech, Marrocos, a partir da próxima semana. Em conferência de imprensa nesta quinta-feira (03/11), o chefe da delegação brasileira, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, declarou que o país se esforçará no sentido de estabelecer alternativas de financiamento para conter o aquecimento global.
Ao todo, sete propostas serão levadas pelo Brasil para a 22ª Conferência das Partes (COP 22) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Além do financiamento, as submissões brasileiras envolvem questões como tecnologias e adaptação à mudança do clima. “Poderemos aprofundar as alternativas sobre a transição para uma economia de baixo carbono que valorize a floresta”, afirmou Sarney Filho.
MOMENTO FAVORÁVEL
Em Marrakech, mais de 190 países negociarão os primeiros passos da regulamentação do Acordo de Paris, que começa a vigorar nesta sexta-feira (04/11) e reúne esforços globais para frear a mudança do clima. “A COP 22 ocorre em um momento favorável já que, em menos de um ano, conseguimos colocar o Acordo em vigor”, analisou o subsecretário-geral de Meio Ambiente do Itamaraty, embaixador José Antonio Marcondes de Carvalho.
Como já concordaram em combater o aquecimento global, os países discutirão, agora, formas de concretizar suas metas. O objetivo da Conferência é detalhar medidas que cada Estado terá de adotar em seus territórios para conter a mudança do clima. “É uma oportunidade para alinharmos nossos processos de desenvolvimento nacional com padrões sustentáveis de baixa emissão de gases de efeito estufa”, explicou o ministro Sarney Filho.
O ACORDO
Com o objetivo de firmar regras para estabelecer um modelo de desenvolvimento que não agrida o sistema climático, mais de 190 países concluíram o chamado Acordo de Paris em dezembro de 2015. Em menos de um ano, o documento entrou em vigor depois que mais de 55 dessas nações, responsáveis por pelo menos 55% das emissões globais, transformaram esse texto em leis nacionais.
Pelo Acordo, cada país tem metas específicas a cumprir para fazer a sua parte frente ao aquecimento global. Considerado um dos mais ambiciosos, o compromisso brasileiro é cortar 37% das emissões até 2025, com indicativo de reduzir 43% até 2030. Esse objetivo foi aprovado pelo Congresso Nacional em tempo recorde e já tem força de lei em território nacional.
PROPOSTAS
Em Marrakech, a comunidade internacional definirá detalhes a cerca da implementação do Acordo de Paris. As principais propostas que o Brasil defenderá são:
- Transparência ligada às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
- Adaptação à mudança do clima, em uma proposta conjunta com Argentina e Uruguai sobre o tema, dentro das NDCs.
- Mecanismos de mercado e formas de medir e verificar emissões.
- Marco sobre transferência de tecnologias
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): (61) 2028-1227
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