PAULENIR CONSTÂNCIO
Cinco países que integram o bioma amazônico debatem, em Brasília, os rumos dos programas de conservação ambiental com proteção social. Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Guiana participam do primeiro seminário internacional sobre o tema. O encontro vai até sexta-feira (24/09) para trocar experiências e articular a criação de uma Rede de Panamazônica de Proteção Socioambiental. Serão debatidos programas como o Bolsa Verde, do Brasil, e o Conserbo, da Bolívia.
“Estamos buscando o diálogo para fortalecer as iniciativas de conservação e ampliar os mecanismos de proteção social das comunidades que vivem e trabalham na floresta”, destacou o diretor de Extrativismo do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, durante a abertura do encontro. Ele representou a secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Sustentável, Juliana Simões. O evento é promovido pelo Ministério do Meio Ambiente, com apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Conservation Internacional e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O diretor da organização para o Brasil, Peter Poschen, abriu o seminário falando dos desafios dos programas de inclusão social e conservação da Amazônia. “Não há solução mágica, não tem panaceia”, afirmou, referindo-se à redução das desigualdades sociais no bioma. Ele defendeu a adoção de um “piso socioambiental” que garanta a vida digna para quem vive no bioma. “Quem vive da floresta, vive mal”, analisou. Segundo ele, os países amazônicos terão que buscar soluções adequadas a suas realidades, levando em conta a eficiência, eficácia e equidade.
Poshen citou estudo realizado pelas Nações Unidas que alerta para a importância de estabelecer uma rede de proteção socioambiental para os povos da floresta. Citou, como exemplo, a pesca nos rios amazônicos, responsável por quase 200 mil empregos. Elogiou o programa brasileiro do defeso, que permite o acesso ao seguro desemprego na época da reprodução dos peixes.
Salientou que “o uso sustentável da floresta é capaz de gerar emprego e renda na Amazônia”, mas que “hoje, quem vive da exploração de produtos não madeireiros no bioma é a população mais pobre”.
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