DA REDAÇÃO
O Brasil terá de correr para cumprir os prazos dados pela Convenção de Estocolmo para eliminar as bifenilaspolicloradas (PCBs), uma substância poluidora usada em todo o sistema elétrico dos transformadores. “Trata-se de um problema de solução complexa. Temos até 2028 para resolver ou resolver”, disse, nesta quarta-feira (01/06) Letícia Carvalho, diretora do Departamento de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, durante o wokshop de apresentação de um modelo de gestão de áreas contaminadas por PCBs. Estimativas indicam que por volta de 90 mil toneladas do produto ainda estejam em uso no Brasil.
O assunto vem sendo debatido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) desde 2014, quando o MMA propôs critérios de gestão ambientalmente adequados e a eliminação controlada de PCB e seus resíduos. Em abril de 2015, o assunto foi debatido no plenário do Conselho, mas o projeto de resolução foi encaminhado para nova análise jurídica.
DANOS À SAÚDE
As PCBs fazem parte do grupo de substâncias químicas produzidas pelo homem, identificadas como poluentes orgânicos persistentes (POPs), capazes de causar danos à saúde humana, inclusive o câncer. No evento desta quarta-feira, organizado pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, foram apresentados os resultados do projeto demonstrativo “Investigação Preliminar, Investigação Confirmatória, Investigação Detalhada e elaboração de Plano de Intervenção”.
A investigação ambiental foi realizada em área de manutenção de locomotivas, sob a concessão da empresa ALL Malha Sul, em Curitiba (PR), e teve como principal objetivo identificar a contaminação ambiental no local. A área foi escolhida entre quatro outras, com evidências de contaminação pela substância. A seleção foi feita com base nas diretrizes da Resolução Conama 420/2008 para o Gerenciamento de Áreas Contaminadas.
O workshop reuniu técnicos do governo e do setor elétrico. Para Letícia Carvalho, esta “é uma oportunidade de capacitar órgãos ambientais e do setor privado para a gestão das áreas contaminadas”. As PCBs são proibidas no Brasil desde a década de 1980, mas os transformadores têm vida útil de mais de 40 anos. Transformadores novos e os que foram submetidos a manutenção após a proibição já utilizam óleos sem PCBs. Porém, em muitos casos, a troca inadequada dos produtos acabou resultando em contaminação cruzada, devido ao descuido com a limpeza dos recipientes durante a troca.
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