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SP destaca produtos da Caatinga e do Cerrado

Iniciativa apoiada pelo Ministério permitirá que as comunidades promovam seus produtos e os modos de vida das populações.

 

Publicado: Segunda, 04 Abril 2016 08:30
Crédito: Marta Moraes/MMA Produtores divulgam biodiversidade Produtores divulgam biodiversidade

Por: Marta Moraes, enviada especial a São Paulo

“Todo mundo falando pequi”. A solicitação do fotógrafo, em tom de brincadeira, na hora da foto coletiva com os agricultores familiares, representantes da Caatinga e do Cerrado, fez todo o sentido durante a inauguração do box dos biomas no Mercado de Pinheiros, em São Paulo. O evento foi realizado nesta sexta-feira, 1º de abril, e marcou o início da comercialização dos produtos da Caatinga e do Cerrado no local, entre eles artigos feitos com pequi, licuri, umbu, macaúba e babaçu.

Esta é uma iniciativa do Instituto Atá, do chef Alex Atala, em parceria com a Prefeitura de São Paulo. Há ainda no local mais dois boxes que representam os biomas brasileiros: Pampa, Mata Atlântica e Amazônia (juntos no mesmo estande). A iniciativa busca valorizar os empreendimentos que mantém o modo de vida tradicional, produzindo e conservando o meio ambiente, a cultura, a natureza, os modos de vida.

Os estandes inauguram uma nova etapa de relacionamento dos empreendimentos de agricultores familiares com o mercado. Abre a possibilidade de as comunidades promoverem seus produtos e os modos de vida das populações. A iniciativa busca ainda apresentar melhor o Brasil aos brasileiros. Vale ressaltar que não é voltada para chefs, mas sim para o público em geral, buscando dar visibilidade aos produtos e ao trabalho das comunidades.

Instalados no primeiro pavimento do Mercado, os novos espaços têm o mesmo projeto gráfico e exibem cerca de 600 alimentos e produtos vindos de pequenos produtores. Os boxes são administrados por diferentes parceiros. A organização Central do Cerrado é responsável pelo box da Caatinga e do Cerrado, que contou com o apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

APOIO

Tal apoio aconteceu via Departamento de Combate à Desertificação da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural do MMA (DCD/SEDR). Coube ao departamento a articulação e seleção dos agricultores familiares que vão expor seus produtos no local. Além disso, o MMA foi responsável pela locomoção dos agricultores e pela logística para o envio dos produtos, entre outras ações.

Segundo o diretor de Combate à Desertificação do MMA, Francisco Campello, a iniciativa é um estímulo para a comercialização e um exemplo vivo da conservação do meio ambiente pelo uso correto da biodiversidade. “Ao criar uma demanda para esses produtos, apresentando-os ao público consumidor, mostramos que é viável o uso dos ingredientes brasileiros não apenas em suas regiões de origem”. Campello conta que o MMA vai enviar, mensalmente, representantes das comunidades envolvidas para permanecer alguns dias no box, acompanhando a comercialização dos produtos. “Dessa forma, eles podem ver de perto o retorno do público e aprender técnicas de venda e atendimento”, disse. 

MODO DE VIDA

Segundo Luís Carrazza, secretário executivo da Central do Cerrado, o intuito é mostrar para o mundo que é possível produzir respeitando o modo de vida dos produtores e a natureza. “Esse box vai ser uma plataforma de disseminação desse conceito para que as políticas públicas cheguem e tragam mais qualidade de vida para quem vive no campo”, afirmou ele.

Luís explica que um dos principais gargalos para os empreendimentos é a comercialização. “Com essa iniciativa espera-se a expansão de cada empreendimento”, disse. “O MMA é parceiro estratégico da Central. Temos uma relação especial com o DCD, pelos empreendimentos com a Caatinga. Com o apoio do ministério, fortalecemos várias comunidades”, destacou. No box da Caatinga, por exemplo, são sete empreendimentos expondo. “Essa é uma forma de disseminação do conceito de extrativismo sustentável”.

As comunidades foram selecionadas de acordo com alguns critérios: sustentabilidade ambiental, origem comunitária dos empreendimentos, manejo ambiental estabelecido com extrativismo não predatório, questões sanitárias e qualidade do produto.

VALORIZAÇÃO

Para o agricultor Valmir Erlem, da Associação dos Agricultores Familiares da Serra dos Paus Doías (Agrodoia), o box é uma oportunidade de o público experimentar saberes e sabores de cada região. “Mostramos os produtos ecológicos que valorizam a gestão ambiental e social, e comercializamos com preço justo. São produtos que têm uma história por trás”, afirmou ele. “A Caatinga é sempre considerada um patinho feio, que não produz, que sofre com a seca. Mas aqui teremos a chance de mostrar o trabalho dos agricultores, a organizaçãodas comunidades, a integração, o comprometimento, produtos de qualidade”.

Para Cledeneuza Maria de Oliveira, presidente da Cooperativa das mulheres Quebradoras de Coco Babaçu, de São Domingos do Araguaia (Pará), a iniciativa é muito importante para divulgar o trabalho das comunidades e sua capacidade de produzir. “Isso valoriza nossa gente”, afirmou.

Durante o evento houve demonstração de práticas extrativistas (quebra de coco de babaçu e quebra do fruto do baru). Após a inauguração do box, foi realizado um debate entre produtores e convidados da Central do Cerrado sobre planejamento produtivo, logística, questões fiscais e estratégia de promoção, distribuição e comercialização dos produtos.
 

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Edição: Alethea Muniz

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA): 61.2028-1227

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