Por: Letícia Verdi – Editora: Luciene de Assis
Começou nesta segunda-feira (16/11) o curso de identificação anatômica de madeiras brasileiras, realizado por especialistas do Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), instituição vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). Participam fiscais ambientais do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que vão conhecer, até quinta-feira (19/11), as características das madeiras comerciais brasileiras e aprender como identificar, por exemplo, se uma carga corresponde aos documentos apresentados pelo transportador ou pelo revendedor.
O curso existe desde 2006. Já foi ministrado para policiais federais, civis e fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e vem sendo aprimorado desde então. É composto por uma parte teórica, ilustrada com desenhos e fotografias, e por uma parte prática, feita com amostras de madeira. Cada aluno usa um kit com pequenas amostras de 46 espécies das principais madeiras brasileiras, como Jacarandá da Bahia e Pau-brasil (espécies ameaçadas da Mata Atlântica), para fazer os exercícios práticos. Usam uma lupa, que aumenta em 10 vezes, para analisar veios e porosidade de cada espécie madeireira.
CONHECIMENTO
O instrutor do curso e analista do SFB, Alexandre Bahia Gontijo, biólogo e mestre em Ecologia de Biomas Tropicais, explica que o curso apresenta ferramenta para ser usada no dia a dia do trabalho de campo. Por meio do programa Chave Eletrônica de Identificação de Madeiras, os fiscais podem checar se a madeira fiscalizada corresponde àquela descrita no Documento de Origem Florestal (DOF) emitido pelo Ibama. Desde junho deste ano, a fiscalização dos DOFs passou a ser exercida pelos órgãos ambientais estaduais, entre eles o Ibram.
“Pedimos para focar nas principais madeiras comercializadas no Distrito Federal, como ipê, cumaru, mogno e tauari”, conta o aluno e fiscal ambiental Ellon Amaral. Formado em Direito, como a colega Simone Costa, ambos admitem sentir a necessidade de se aprofundar e conhecer mais sobre o assunto para realizarem a tarefa de fiscalizar as madeireiras. “Estava na expectativa por esse curso”, diz Simone. “Tenho certeza de que o curso vai nos auxiliar muito no trabalho de identificação de madeira contrabandeada”, acredita ela.
CHAVE ELETRÔNICA
O programa Chave Eletrônica Interativa de Identificação de Madeiras é um catálogo contendo 157 espécies de madeiras comerciais brasileiras, sendo 90% nativas da região amazônica. Para identificar uma delas, o usuário responde a uma série de perguntas sobre o aspecto, a cor e outras características, até chegar em uma madeira específica. “Estamos em fase de atualização para aumentar esse número”, afirma a analista ambiental da área de Anatomia e Morfologia do Laboratório de Produtos Florestais/SFB, Juliana Sabino Rodrigues.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) - (61) 2028-1173
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