Por: Melissa Silva - Editora: Camilla Valadares
Nesta sexta-feira (13/11), a ministra Izabella Teixeira participou do evento “24 Hours of Reality”, projeto coordenado pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore. A iniciativa é parte do The Climate Reality Project que busca unir vozes para as negociações da Conferência do Clima, que será realizada em Paris em dezembro.
Questionada sobre os desafios brasileiros para enfrentar as mudanças do clima, a ministra lembrou que o Brasil já vem adotando forte estratégia de combate ao desmatamento. Nos últimos dez anos, a área desmatada caiu de 27 mil Km² para 5 mil Km² por ano, graças ao uso de novas tecnologias que permitem monitorar a cobertura vegetal e prevenir atividades ilegais antes mesmo que elas aconteçam.
Ela ressaltou ainda que a política ambiental não trabalha apenas com a fiscalização, mas também com o incremento de novas unidades de conservação. É o caso do Programa Arpa. "Esperamos alcançar, no próximo ano, a meta de 60 milhões de hectares de áreas protegidas na região Amazônica”.
Produção e proteção
De acordo com a ministra, o governo também trabalha para aumentar a produção de alimentos, sem com isso desmatar novas áreas. Destacou a parceria com a agricultura familiar: “temos mais de 20 milhões de pessoas que vivem da economia florestal da Amazônia, com potencial para restaurar e proteger a floresta por meio de atividades econômicas que visem a inclusão social e o desenvolvimento sustentável”.
Além disso, o Brasil investe em iniciativas como a agricultura de baixo carbono, a moratória da soja e o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que já registrou mais de 50 milhões de hectares de vegetação nativa em propriedades privadas, área correspondente ao tamanho do território francês. “Precisamos proteger essas áreas da mesma forma que preservamos as terras públicas”, afirmou a ministra.
Reflorestamento e energia
O novo desafio é reflorestar 12 milhões de hectares nos próximos 15 anos e aumentar de 42% para 50% as fontes de energia renováveis do Brasil antes de 2040. “Vamos aumentar nossa participação em energias renováveis, além das hidrelétricas, dobrando nossa participação em energia solar, eólica e biomassa. Para isso, já temos projetos que prometem investir mais de R$ 6 bilhões.”
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