A vegetação é um dos componentes mais importantes da biota, na medida em que seu estado de conservação e de continuidade definem a existência ou não de hábitats para as espécies, a manutenção de serviços ambientais ou mesmo o fornecimento de bens essenciais à sobrevivência de populações humanas. Assim, para o estabelecimento de políticas públicas ambientais em nosso país, tais como a identificação de oportunidades para a conservação, uso sustentável e repartição de benefícios de nossa biodiversidade, é fundamental que haja um bom conhecimento acerca do atual estado da cobertura vegetal brasileira.
Porém, a única grande iniciativa de mapeamento da vegetação em nível nacional (escala de trabalho 1:250.000, escala de publicação 1:1.000.000) havia sido executada entre os anos de 1970 e 1985 pelo Projeto RadamBrasil, com base em imagens de radar e em vasto trabalho de campo. Considerando-se os biomas individualmente, apenas a Amazônia e partes da Mata Atlântica tornaram-se objeto de programas permanentes de monitoramento da evolução da cobertura vegetal a partir do final da década de 1980, com base na interpretação de imagens do Satélite Landsat.
Devido às transformações na ocupação do território brasileiro, ocorridas sobretudo em função da interiorização ao longo das últimas três décadas, os mapas de vegetação do RadamBrasil já não refletiam a realidade. A fim de preencher esta lacuna de conhecimento, bem como ampliar aquele disponível em relação aos biomas já monitorados para este parâmetro, o Ministério do Meio Ambiente - MMA, por meio do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira - PROBIO, lançou em 2004 dois editais para a seleção de subprojetos que realizassem o mapeamento da cobertura vegetal, adotando-se o recorte de biomas estabelecido no Mapa de Biomas do Brasil (IBGE, 2004).
Os seis subprojetos selecionados, um para cada bioma continental, tiveram os objetivos de mapear a cobertura vegetal, diagnosticar iniciativas de mapeamento e completar lacunas de conhecimento existentes em relação ao tema. O mapeamento da vegetação foi realizado com base em imagens Landsat, obtidas principalmente no ano 2002, as quais foram adquiridas e fornecidas aos subprojetos pelo MMA.
A metodologia de mapeamento foi delineada pelas instituições executoras, tendo variado segundo peculiaridades de cada bioma. Porém, com o imprescindível apoio técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, foram definidos padrões técnicos de mapeamento e legenda seguidos por todos os subprojetos. Dentre eles, destacam-se: 1) unidade mínima de mapeamento (UMM) de 40 a 100 ha, considerada a escala final 1:250.000; 2) dados digitais para verificação compatíveis, no mínimo, com a escala 1:100.000; 3) acurácia de classificação (acurácia temática) com limiar mínimo de 85% de acerto; 4) arquivos shapefile referentes aos produtos entregues com consistência topológica (inexistência de sobreposição entre polígonos, de vazios entre polígonos, de polígonos com área zero, de laços nos arcos, de polígonos sem classe, etc.); 5) classificação de tipologias de vegetação segundo o manual técnico de vegetação do IBGE.
É importante ressaltar também que, por determinação do MMA, áreas em que houvesse predomínio de vegetação nativa, ainda que com algum grau de uso antrópico, deveriam ser contabilizadas e mapeadas no rol das tipologias de vegetação nativa. Por outro lado, áreas onde houve conversão em pastagens plantadas, cultivos agrícolas, reflorestamentos, mineração, urbanização e outros usos semelhantes em que a vegetação nativa deixasse de ser predominante, deveriam ser contabilizadas e discriminadas como áreas antrópicas. Outra premissa importante, determinada pelo MMA, é de que a vegetação secundária, em estágio avançado de desenvolvimento, deveria ser contabilizada e mapeada como vegetação nativa.
Os produtos resultantes da execução dos subprojetos de mapeamento são os seguintes:
- Mapas Finais na escala 1:250.000 (com recorte da cartas articuladas 1:250.000 do IBGE). Formato de apresentação: papel (formato A0); meio digital (arquivos SHP e PDF).
- Base de Dados com bases temáticas em shapefile em arquivos correspondentes às cartas articuladas do IBGE/DSG na escala 1:250.000. Formato de apresentação: meio digital (arquivo SHP).
- Cartas-imagem do bioma escolhido com recorte das cartas 1:250.000 do IBGE. Formato de apresentação: meio digital (arquivos GEOTIFF e PDF).
- Mapa síntese. Formato de apresentação: papel (formato A0); meio digital (arquivo SHP).
- Relatório Técnico, segundo padrão específico.
É com satisfação, portanto, que o Ministério do Meio Ambiente disponibiliza a todos os interessados os produtos resultantes da execução dos subprojetos de mapeamento da cobertura vegetal dos biomas brasileiros. Textos e produtos resultantes dos trabalhos de mapeamento de cada bioma podem ser acessados no link abaixo ou no menu ao lado.
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