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ICMBio propõe plano para conservação do tatu-bola

Publicado: Quarta, 11 Junho 2014 19:22 Última modificação: Sexta, 20 Junho 2014 10:07
Crédito: Foto: Acervo Associação Caatinga Tatu se fecha em forma de bola para se proteger de predadores Tatu se fecha em forma de bola para se proteger de predadores
Mascote da Copa do Mundo corre risco de extinção

LUCIENE DE ASSIS

O tatu-bola-do-Nordeste (Tolypeutes tricinctus), espécie exclusivamente brasileira, tem uma imagem tão simpática que acabou escolhido como mascote da Copa do Mundo Fifa 2014 e ganhou a simpatia do mundo, além de cair nas graças dos brasileiros. O que pouca gente sabe é que o tatu-bola, que vive nos ambientes da caatinga e do cerrado, está ameaçado de extinção. O risco é tão grave que o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) instituiu o Plano de Ação Nacional para Conservação do Tatu-bola, o PAN Tatu-bola.

O animal tornou-se popularmente conhecido como tatu-bola porque, sob ameaça, ele se fecha completamente em formato de bola. E esta característica fez com que a espécie fosse eleita mascote desta temporada da Copa do Mundo da Fifa, que começa nesta quinta-feira, 12/6, no Brasil.

Mas, infelizmente, a caça predatória, a destruição de seus habitats e o pouco conhecimento existente sobre a espécie têm ameaçado sua sobrevivência. Por esta razão, a espécie integra a Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, classificada como “Em Perigo”, e a Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), na categoria “vulnerável”.

VULNERABILIDADE

Existe, no Brasil, outra espécie de tatu-bola, do gênero Tolypeutes, que vive nas terras da região Centro-Oeste, o Tolypeutes matacus. A espécie está presente em áreas do cerrado, no pantanal em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e também na Bolívia, Argentina e Paraguai. De acordo com os técnicos do ICMBio, o objetivo geral do PAN Tatu-bola é reduzir o risco de extinção do T. tricinctus, elevando-o pelo menos à categoria de vulnerável, e ampliar o conhecimento sobre T. matacus visando-se avaliar, adequadamente, seu estado de conservação.

A meta do Instituto Chico Mendes é alcançar este objetivo em cinco anos, a partir da prática de 38 ações contidas em seis objetivos específicos, coordenados pelos dez integrantes do Grupo de Assessoramento Estratégico. A elaboração do PAN Tatu-bola foi coordenada pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB) do ICMBio, com o apoio da Associação Caatinga e do Grupo Especialista em Tatus, Preguiças e Tamanduás (Asasg) da IUCN.

Colaboraram, também, representantes de outras 15 instituições, entre universidades, órgãos estaduais e federais de meio ambiente e Organizações Não Governamentais. O plano tem a coordenação executiva da Associação Caatinga e será acompanhado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação do Cerrado e Caatinga (Cecat) e pela Coordenação-Geral de Espécies Ameaçadas (CGesp) do ICMBio.

AMEAÇADOS

Os tatus-bola são os menores e menos conhecidos tatus do Brasil, sendo que a espécie que habita o Nordeste e parte do cerrado só é encontrada no Brasil. A caatinga, sistema exclusivamente brasileiro, e o cerrado, um dos pontos ativos da biodiversidade mundial, estão entre os biomas mais ameaçados do mundo, sofrendo com o desmatamento e o acelerado processo de degradação, com acentuada perda de diversidade biológica e de serviços ambientais.

“No contexto dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil junto às convenções das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, Mudanças Climáticas e Combate à Desertificação, há uma necessidade urgente de se ampliar as iniciativas de conservação da biodiversidade e de se proteger as áreas naturais, onde vivem as espécies ameaçadas de extinção”, explica o coordenador-geral de Manejo para Conservação do ICMBio, Ugo Eichler Vercillo.

As duas espécies de tatu-bola possuem três cintas móveis na região média do dorso, que permitem curvar sua carapaça para ficar no formato de uma bola. Esta estratégia ajuda-o a se proteger contra predadores naturais. Seu peso varia entre 1 kg e 1,8 kg, podendo medir de 40 a 43 cm. De hábitos noturnos, esses animais se alimentam, principalmente, de cupins, além de outros invertebrados e frutos.

Para saber mais, acesse o site do ICMBio.
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