Projeto PDA 446-MA
Corredor das Araucárias |
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A Floresta Ombrófila Mista, também conhecida por Floresta com Araucária, tem sua delimitação fitogeográfica dada pela ocorrência natural do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia), que é tida como a espécie característica da formação. Avaliações abordando os vários ecossistemas no planeta mostram que a Floresta com Araucária é uma das formações de maior diversidade em nível mundial, encontrando-se também entre as mais ameaçadas. Instituições nacionais e internacionais, pesquisadores e ambientalistas alertam há décadas sobre sua descaracterização no Brasil. Nos últimos cinqüenta anos, a área original diminuiu drasticamente, tendo-se em vista o processo histórico de ocupação da terra nos estados da região sul do Brasil, notadamente o Paraná, onde desde o início da colonização houve o incentivo ao desmatamento, com o objetivo principal de expansão da fronteira agrícola. Em 2001, uma pesquisa realizada pela FUPEF (Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná), com base em imagens de satélite de 1998, constatou que praticamente não existiam mais remanescentes dessa tipologia com características originais, e que resta apenas 0,8 % dessa tipologia em estágio avançado de sucessão no Estado. Diante do contexto apresentado, torna-se evidente a necessidade do direcionamento de uma ação coordenada, capaz de reunir esforços em busca da manutenção de sua biodiversidade, a qual está atrelada ao fornecimento de inúmeros serviços ambientais, indispensáveis às populações que residem em seu domínio. Portanto, este projeto tem por objetivo viabilizar a conservação da Floresta com Araucária em longo prazo, por meio de ações em rede com vistas ao planejamento, implantação e monitoramento do Corredor Ecológico das Araucárias. Seguindo duas linhas distintas, mas convergentes e essenciais para a manutenção deste ecossistema, essa proposta aborda a conservação de biodiversidade e o uso adequado dos recursos que ela disponibiliza. A conservação dos últimos remanescentes de Floresta com Araucária se dará através de incentivos para a manutenção dessas áreas dentro do Corredor. A necessidade atual é de se definir um valor para a floresta em pé e seus serviços ambientais. Essa valorização é possível de ser feita, por exemplo, através de artifícios como a Servidão Florestal e do Desmatamento Evitado. Considerando-se a estreita relação entre o homem e a natureza, serão contemplados também modelos de uso racional de recursos naturais. Esses modelos baseiam-se na utilização da floresta como meio de produção de alimentos orgânicos, através de sistemas agroflorestais (SAFs). O delineamento espacial (cartográfico) do corredor, bem como o monitoramento das áreas eleitas como prioritárias ou sob maior ameaça de destruição dentro dele, possibilitarão a elaboração de um diagnóstico amplo e realista dos riscos a que a Floresta com Araucária está sujeita. Diante desse diagnóstico, ações bastante específicas envolvendo os diversos setores da sociedade poderão ser planejadas e implantadas, de forma a terem resultados mais expressivos para conservação do ecossistema. Como produto final, o consórcio prevê a curto-médio prazo a consolidação dos modelos propostos como forma de minimizar a intensa pressão que essa formação, típica do sul do Brasil, vem sofrendo ao longo do último século. |