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Projeto Peixe-Boi Amazônico inicia expedição no Pará

Publicado: Domingo, 18 Agosto 2002 21:00 Última modificação: Domingo, 18 Agosto 2002 21:00
O Centro Mamíferos Aquáticos (CMA) do IBAMA inicia no dia 23 de agosto, em cooperação com o Conselho Nacional dos Seringuieros (CNS), a segunda expedição do Projeto Peixe-Boi Amazônico, intitulada Expedição Tapajós-Arapiuns. Pesquisadores das duas instituições vão percorrer rios e iguarapés da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns e da Floresta Nacional do Tapajós, no Pará. Ao todo, aproximadamente 110 comunidades devem ser alcançadas pela expedição, que tem como um de seus objetivos reverter o processo de exploração predatória do peixe-boi. A campanha conservacionista levada aos ribeirinhos também visa engaja-los no processo de conservação ao peixe-boi amazônico. ?A intenção é que, de caçadores, os ribeirinhos passem a ser aliados do Projeto Peixe-Boi Amazônico, como acontece na região nordeste com o Projeto Peixe-Boi Marinho,?explica Régis Pinto de Lima, chefe do CMA/IBAMA. A intensa caça a estes animais começa com a colonização do Brasil. Desde que os europeus alcançaram estas terras, o peixe-boi passou a ser amplamente caçado, a ponto de, logo nos primeiros séculos da colonização, o peixe-boi marinho (Trichechus manatus) desaparecer em regiões do litoral norte e nordeste do Brasil - suas principais áreas de ocorrência. Hoje, dados do Projeto Peixe-Boi Marinho, executado pelo CMA mostram que não deve existir mais que 500 exemplares desses animais da ordem Sirenia vivendo na natureza. A estimativa enquadra o peixe-boi marinho na categoria ?criticamente ameaçada de extinção? da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês para International Union Conservation for Nature). Trata-se da espécie mais em risco de extinção dentre todas de mamíferos aquáticos que ocorrem que águas brasileiras. Dados da Unidade Móvel do CMA/IBAMA na Amazônia indicam que, em média, aproximadamente 500 peixes-bois amazônicos são abatidos anualmente na região. A estimativa insere a espécie amazônica, cientificamente chamada de Trichechus inunguis, no mesmo percurso da história seguida pelo peixe-boi marinho. Esta será a segunda expedição realizada pela equipe do CMA para a conservação do Peixe-boi Amazônico. A primeira foi realizada há dois anos visitando 236 comunidades.O objetivo destas expedições é, percorrendo as comunidades ribeirinhas, obter dados sobre a distribuição e o status de conservação do peixe-boi amazônico. A metodologia utilizada pelos pesquisadores baseia-se em entrevistas com caçadores e pescadores de localidades ribeirinhas que, ao informar sobre a avistagem de exemplares de peixes-bois e mesmo revelando aspectos relacionados à atividade da caça, terminam por fornecer informações valiosas para que se possa obter dados para a conservação do peixe-boi amazônico. A Expedição Tapajós-Arapiuns, composta de duas etapas, está planejada para durar 30 dias. Na primeira, com 15 dias, serão percorridos o Rio Tapajós e iguarapés nos limites da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. Nesta etapa, serão visitadas aproximadamente 70 comunidades ribeirinhas. A segunda etapa da expedição, com data ainda a ser definida, atingirá o Rio Arapiuns e seus efluentes, percorrendo, ainda, a Floresta Nacional do Tapajós. Cerca de 40 comunidades devem ser visitadas nesta segunda etapa. A estratégia de conservação utilizada no Projeto Peixe-Boi, iniciado há 22 anos, está sendo replicada para a espécie amazônica. Ou seja, com levantamento do status de conservação do peixe-boi marinho, aliada às campanhas conservacionistas, determina-se as principais áreas de ocorrência da espécie marinha para, assim, serem aprimoradas as atividades que incluem resgate de filhotes, reintrodução na natureza de filhotes reabilitados, monitoramento, além da criação de áreas protegidas por lei.
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