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A riqueza da Caatinga

Publicado: Sexta, 26 Abril 2013 18:53 Última modificação: Sexta, 03 Maio 2013 15:50
Crédito: Paulo de Araújo/MMA Produtos que geram renda Produtos que geram renda
Encontro reúne representantes do MMA e da sociedade para discutir experiências bem sucedidas de uso sustentável da biodiversidade do bioma

SOPHIA GEBRIM

Licuri, umbu, caju e maracujá do mato são frutas típicas do Bioma Caatinga e que geram renda para milhares de famílias que vivem na região Nordeste do Brasil e norte de Minas Gerais. O uso sustentável desse bioma, diferenciado pela sua vegetação seca e clima quente, foi discutido nesta quinta e sexta-feira (25 e 26), durante seminário sobre “Estratégias de divulgação e implementação de experiências bem sucedidas de uso sustentável da biodiversidade da Caatinga”, no auditório do Ministério do Meio Ambiente (MMA), na 505 Norte, em Brasília.

O encontro, que faz parte das atividades comemorativas do Dia da Caatinga, celebrado no próximo domingo (28/4), reuniu lideranças do governo e sociedade, entre representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Associação Caatinga e Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA). Debates sobre políticas públicas e estratégias para conservação e uso sustentável do bioma e iniciativas de pecuária sustentável na Caatinga também foram apresentadas, além de experiências bem sucedidas de manejo dos produtos da biodiversidade regional.

OPORTUNIDADE

O coordenador-técnico da Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga, Maurício Lins Arocha, explicou como funciona a Bodega, que é uma rede de organizações ecoprodutivas que cultivam, colhem e beneficiam e comercializam os produtos da sociobiodiversidade. “Hoje reunimos milhares de pessoas que vivem do uso e manejo sustentável da produção de alimentos e artesanato”. Segundo ele, a parceria, determinação e solidariedade caracterizam todo o processo produtivo da rede.

Além de incentivar o consumo saudável, os produtos da Bodega agregam valor à função social da produção em comunidades localizadas nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. “Nossos produtos são voltados à formação de cadeias produtivas de interesse dos povos e comunidades tradicionais que vivem nessas regiões há anos”. Além disso, ele adiciona que, para a Bodega, a ligação entre inclusão social, manejo sustentável e conservação do bioma é a essência para garantir o fortalecimento da associação, sem fins lucrativos, que apoia todo o processo produtivo e comercial.

Por fim, Maurício explica como surgiu o nome Bodega. “Esse nome representa um tipo de mercado que vende um pouco de tudo, como aqueles estabelecimentos comerciais que existiam há anos no meio rural nordestino”. A organização segue os princípios do comércio justo e solidário, que atribui um valor aos produtos pelas suas características diferenciadas daqueles que são produzidos em grande escala, ou seja, produtos que possuem identificação de origem, diferencial orgânico, originário da sociobiodiversidade, do manejo sustentável e da floresta.

GOVERNO

O diretor do Departamento de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Campello, explica que boas práticas de produção sustentável asseguram uma convivência com a semiaridez e a Caatinga, de forma inclusiva, promovendo a conservação da biodiversidade e as funções ecossistêmicas. “Esses esforços, agregados ao uso de tecnologias para uma melhor eficiência energética e práticas conservacionistas na produção agropecuária, apresentam alternativas para os principais vetores do processo de desertificação como desmatamento, sobrepastoreio e salinização”.

Para dar escala ao processo de convivência com a Caatinga e a desertificação, Francisco destaca que o MMA vem articulando instrumentos da política ambiental para assegurar uma estratégia financeira de apoio às boas práticas de uso sustentável do bioma, em especial o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA), o Fundo Clima, o Fundo de Desenvolvimento Florestal e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), além de parcerias com a Caixa Econômica Federal por meio do Fundo Socioambiental da Caixa.

O MMA vem desenvolvendo, ainda, trabalhos com os ministérios do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para que os instrumentos de assistência técnica de extensão rural do Plano Safra e da inclusão produtiva do Plano Brasil Sem Miséria fortaleçam as ações de uso, manejo e geração de renda a partir da Caatinga. “Dessa forma inserida, a questão ambiental promoverá o desenvolvimento sustentável e inclusivo do bioma e suas riquezas”.
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