Izabella Teixeira lembra que, na Eco-92, a sociedade emplacou as mulheres em um canal de discussões diferenciadas da ONU. "A partir daí, o tema não saiu da pauta dos debates globais", disse.
Sophia Gebrim
As mulheres têm participação especial na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20). Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, são mais de 200 eventos oficiais e paralelos que discutirão, durante o evento, temas ligados ao papel da mulher no novo posicionamento mundial em busca pela sustentabilidade. "Esse é o espírito da Rio+20, um espaço onde todas as nações são, de fato, iguais, sem distinção de raça e gênero", disse na manhã desta sexta-feira (15/06), na abertura do Fórum Equidade de Gênero: Pressuposto para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro. O encontro é parte da agenda do Espaço Humanidade 2012, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A ministra pontuou, também, historicamente, como se deu a evolução do papel feminino nas grandes conferências pactuadas pela Organização das Nações Unidas (ONU). "Há 20 anos, exatamente na Eco-92, a sociedade emplacou o grupo das mulheres em um canal de discussões diferenciadas da ONU e, a partir daí, o tema não saiu da pauta dos debates globais".
Para Izabella, não é possível discutir sustentabilidade, preservação ambiental e mudanças climáticas sem debates, na ponta, sobre o que isso significa, por exemplo, para as quebradeiras de coco do nordeste brasileiro e as milhares de mulheres que vivem da exploração dos produtos da biodiversidade. "É justamente aí que começamos a dar escala às questões ambientais, o que devemos fazer para acessar os produtos dessas mulheres empreendedoras que produzem de maneira sustentável", acrescentou.
DESIGUALDADE
Na abertura do encontro, foi entregue à ministra documento da Fiesp com algumas considerações da entidade patronal sobre a promoção da igualdade social e preservação ambiental. Intitulado de A Desigualdade é Insustentável, o texto mostra a preocupação do empresariado com a desigualdade de oportunidades, direitos entre os seres humanos, combate ao trabalho escravo, entre outros. "É a nossa contribuição ao governo brasileiro que reflete, além de tudo, a disponibilidade e interesse do setor em contribuir com melhorias sociais, ambientais e econômicas", destacou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
Representando o Executivo e o Legislativo federais, mulheres como a ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção Racial, Luiza Helena de Barros, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), a deputada Mara Cristina Gabrilli (PSDB-SP) também participaram do encontro.
Segundo a Marta Suplicy, o hoje o papel da mulher torna-se preponderante em qualquer debate. "A partir do momento que a questão de gênero andar mais rápido nas discussões globais, nós teremos mais rapidez nos encaminhamentos das discussões ambientais", assegurou. Para ela, a mulher está inserida fortemente nas questões sobre sustentabilidade para realizar melhorias e tornar o planeta um lugar melhor para se viver.
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