As empresas brasileiras dispõem agora de um guia prático para fazer a gestão da biodiversidade no âmbito dos seus negócios. O Manual de Gestão de Empresas para a Biodiversidade, divulgado na segunda-feira (dia 19) em São Paulo, já está disponível no endereço eletrônico: Movimento Empresarial pela Biodiversidade (MEB), responsável pela difusão de práticas sustentáveis entre empresários brasileiros.
O documento elaborado pelo governo alemão, traduzido com o apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e difundido a partir de agora pelo MEB, traz casos de empresas que já incorporaram o uso sustentável da biodiversidade ao seu dia-a-dia. Entre elas, encontram-se as brasileiras Centroflora, que usa extratos botânicos provenientes da flora nacional; a Native, que produz açúcar orgânico em São Paulo e Minas Gerais; e a Klabin, produtora de papel e celulose.
Em comum, essas empresas perceberam que o uso adequado da biodiversidade e dos recursos naturais podem gerar lucros e oportunidades em um mercado cada vez mais atento às práticas sustentáveis.
É o caso da Native, que mantém em Sertãozinho (SP) a usina São Francisco, responsável pelo processo de 1,3 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por ano. Em geral, uma usina precisaria moer três vezes mais cana para ser viável economicamente. Como a usina produz açúcar orgânico, com alto valor agregado, ela se viabiliza e gera lucro.
De acordo com a gerente de sustentabilidade da Centroflora, Vânia Cunha Rudge, a incorporação dos aspectos ambientais revelou ser possível entrar em segmentos diferenciados que valorizam a biodiversidade e que estão dispostos a ajudar a manter essa cadeia sustentável. "Os investimentos iniciais são compensados pelos ganhos no médio e longo prazos", diz Vânia.
Manual - Para o consultor de empresas em sustentabilidade Marcos Vaz, o mérito do novo manual é divulgar medidas pragmáticas para os empresários começarem incluir a sustentabilidade aos sistemas de gestão. Ele ressalta, no entanto, que antes de consultar o manual, a empresa precisa tomar a decisão estratégica de seguir no caminho das boas práticas.
Representante do Instituto Ethos no MEB, Caio Magri, defende ser necessário "tropicalizar" o manual, uma vez que o documento foi formulado para empresários alemães. Segundo Magri, o Brasil tem dificuldades particulares que precisam ser identificadas e discutidas para que se tenha um manual adaptado ao País.
Fonte: MEB
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