Suelene Gusmão
Ao ar livre, na Esplanada dos Ministérios, ao lado do Museu da República, os painéis do artista plástico Vik Muniz, despertam a imaginação. Grandes figuras, montadas com peças recolhidas de um amontoado de lixo, formam vários quebra-cabeças gigantes. É uma arte contemporânea e engajada, pois faz refletir sobre o consumo desregrado em que estamos mergulhados. Mas é também transformadora, pois incita a uma mudança de comportamento. Lixo pode virar arte, pode virar riqueza, pode virar emprego.
O Brasil começa a se preparar para o início dessa transformação. Várias iniciativas vêm sendo colocadas em prática para educar a população sobre a importância dos resíduos sólidos. A primeira delas foi a aprovação, pelo Congresso Nacional, da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em um segundo momento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, apelou aos cidadãos para que separem, em suas casas, o lixo úmido do lixo seco. Uma simples atitude que vai facilitar e valorizar a vida dos catadores de materiais recicláveis, incrementar a indústria da reciclagem e possibilitar ao País uma economia de R$ 8 bilhões por ano.
Na quinta-feira à noite (09/06), na abertura da exposição, a ministra lembrou que há 20 anos, o então secretário de Meio Ambiente, José Antônio Lutzemberg, já insistia para a inclusão dos catadores. "Hoje, já temos um programa governamental voltado para o catador. Hoje, eles são atores da arte, uma arte plasticamente fascinante", disse.
O próprio Vik Muniz traduziu sua arte como uma experiência profunda e transformadora. Falou de sua convivência com os personagens de seu trabalho, que são os catadores do lixão do Jardim Gramacho, no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. O trabalho de Vik Muniz correu mundo por meio do filme: Lixo Extraordinário, o revolucionário documentário que concorreu ao Oscar de 2011.
As obras do artista ficam em exposição no espaço ao lado do Museu da República, até o dia 30 de junho. A partir de 13 de junho, o artista mostra suas obras na exposição, Vik Muniz 3D, no Espaço Cultural Contemporâneo - Ecco, na quadra 03 de SCN. As obras poderão ser visitadas até o dia 14 de agosto, com entrada franca.
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