Melissa Silva
Nesta quinta-feira (12/5) a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, recebeu representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) e tomou conhecimento que o movimento social está com três grandes desafios: viabilizar que o pequeno produtor tenha renda associada à produção sustentável de alimentos de qualidade e uma vida digna no campo; formular com o governo políticas públicas voltadas para a permanência da juventude no campo, pensando na sucessão das propriedades e no futuro da agricultura familiar; e ter acesso a um programa nacional de agroecologia que garanta a sobrevivência do agricultor por meio de um modelo de desenvolvimento tecnológico voltado para a preservação do meio ambiente.
"Nos últimos oito anos demos passos significantes, mas esperamos que nos próximos dez anos tenhamos uma agricultura familiar produzindo de norte a sul para assegurar a soberania alimentar e nutricional do País e ajudar na erradicação da pobreza", afirmou a coordenadora-geral da Fetraf, Elisangela Araujo.
Na reunião, a ministra propôs que o movimento apresente as situações reais em cada um dos estados ao Ministério do Meio Ambiente, de forma que possam desenvolver parcerias para resolver as questões divergentes, mas com foco bem definido. "Ninguém agüenta mais projeto-piloto. Quero que me tragam as situações e os temas. Vamos trabalhar diretamente as questões tendo vocês como atores da educação ambiental e identificar as áreas que queremos potencializar o Programa Mais Ambiente", sugeriu Izabella.
Izabella ainda pediu que a Fetraf apresente uma proposta voltada para a mulher da agricultura familiar, tendo em vista um projeto do Ministério que está em elaboração focado no poder de influência que a mulher possui no consumo familiar.
O coordenador da Secretaria Geral da Fetraf, Marcos Rochinski, mencionou a necessidade de um programa de capacitação e educação ambiental aliado ao Programa Mais Ambiente. "Queremos levar informação ao agricultor sobre a desburocratização da regularização fundiária", disse.
Rochinski ainda destacou que o pagamento por serviços ambientais seja mais um componente de valorização da agricultura familiar para demonstrar que é possível produzir alimento saudável e preservar o meio ambiente. "Esse componente econômico seria uma forma de reconhecer o valor histórico da contribuição do compromisso do agricultor familiar com a conservação do meio ambiente", ressaltou.
Mais do que educação ambiental, a coordenadora de meio ambiente da Fetraf, Graça Amorim, acrescentou que se faz necessária uma política arrojada de conscientização que incentive a população rural a dar uma resposta e faça algo de concreto para erradicar a pobreza e, ao mesmo tempo, recuperar nascentes e áreas devastadas.
"O pagamento pelos serviços ambientais de fato é o reconhecimento daqueles que estão empenhados em fazer um país sustentável, mas entendendo que a pobreza de uma área é quando ela é pobre de verde, pobre de água, pobre de matas preservadas. Isso sim é prejuízo para o produtor", finalizou.
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