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Oficina reúne representantes do Procon para debater consumo sustentável

No encontro, os participantes trataram de outros assuntos previstos na Política Naciona de Resíduos Sólidos, como rotulagem, selos ambientais, agenda ambiental na administração pública (A3P), responsabilidade compartilhada e logística reversa.
Publicado: Quarta, 23 Março 2011 21:00 Última modificação: Quarta, 23 Março 2011 21:00

Carine Corrêa

Com o objetivo de debater temas relacionados ao Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, representantes do Ministério da Justiça, do MMA e de Procons de todo o País se reuniram nesta quinta-feira (24/03), no Hotel Nacional em Brasília, para discutir as responsabilidades dos consumidores dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em agosto do ano passado.

Durante a Oficina Temática sobre Consumo Sustentável, os participantes trataram de outros assuntos previstos na PNRS, como rotulagem, selos ambientais, agenda ambiental na administração pública (A3P), responsabilidade compartilhada e logística reversa - que determina que setores específicos da produção se responsabilizem pela distribuição e recolhimento dos resíduos após o uso do consumidor, de forma que o produto retorne ao ciclo produtivo.

De acordo com a advogada Patrícia Lemos, consultora ambiental e professora da Faculdade de Direito da USP, as entidades de proteção ao consumidor devem estar atentas à logística reversa.

Ela explica que pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos a responsabilidade pelo descarte adequado será dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e também dos consumidores. Desta forma, no futuro o consumidor terá a responsabilidade de devolver os resíduos dos produtos aos locais determinados após o consumo, bem como de separá-los para a coleta seletiva.

"Os acordos entre governo, fabricantes e sociedade devem ser muito discutidos e avaliados. O consumidor deve ter cada vez mais informação para fazer seu papel social de maneira solidária, segura e consciente", afirma a advogada.

A gerente do Programa de Produção e Consumo Sustentáveis do MMA, Fernanda Daltro, ressalta a responsabilidade compartilhada desses diferentes setores da sociedade dentro da cadeia de consumo sustentável .

"Com o crescimento do poder aquisitivo da classe média constatamos o aumento do consumo. Agora precisamos educar a população para consumir melhor e optar por produtos sustentáveis. O direito-dever do consumidor a um meio ambiente equilibrado deve ser levado em conta na escolha de seus produtos", afirma a gerente.

Fernanda Daltro ressaltou que, neste momento, os acordos setoriais estão sendo discutidos e encontram-se em estágios iniciais. "Já estamos estabelecendo acordos com setores de embalagens, eletroeletrônicos, produtores de cimento e também para a substituição de geladeiras".

O MMA também já negociou com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) a redução do uso de sacolas plásticas. De acordo com a gerente, a meta para 2015 é de se alcançar uma diminuição de 40% no uso destes produtos em relação a 2010, em que a previsão de consumo foi equivalente a 14 bilhões de sacolas, quantidade 21,8% menor do que a utilizada em 2007.

A especialista explica que o consumo sustentável é aquele em que o consumidor adapta suas escolhas a um pensamento que prevê a justiça social, o respeito ao meio ambiente e que seja economicamente viável. Esta atitude contribui para a redução de danos ambientais, que pode ser alcançada com a diminuição da produção de resíduos sólidos, do desperdício de materiais, da poluição e dos impactos ambientais.

Atualmente, os rejeitos - tudo o que não pode ser reciclado - são destinados a lixões e aterros. A PNRS prevê que nos próximos quatro anos os municípios devem se preparar para extinguir os lixões.
O evento ocorre entre 23 e 25 de março e está sendo promovido pelo Ministério da Justiça com o apoio do Ministério do Meio Ambiente.

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