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Oficina discute melhores práticas para produção de pequi

Publicado: Quinta, 17 Março 2011 21:00 Última modificação: Quinta, 17 Março 2011 21:00

Carlos Américo

 

Você sabia que colher o pequi direto da árvore pode machucar a planta e fazer com que aquele galho não dê novos frutos? Por isso, o extrativista pega o fruto que já está no chão. Essa informação foi um dos temas debatidos entre representantes do governo federal, especialistas e produtores de pequi durante a Oficina Participativa de Boas Práticas de Manejo, encerrada nesta sexta-feira (18), em Brasília.

O resultado da oficina será levado à consulta pública e incluído na instrução normativa do extrativismo orgânico, além da publicação em cartilhas sobre boas práticas. Nesta semana também foi realizada a oficina do buriti. A ideia é que essas diretrizes sejam utilizadas como critérios para quem buscar a certificação orgânica, e também sirvam de base para um possível selo dos produtos da sociobiodiversidade. A iniciativa faz parte da estratégia do governo para a proteção e promoção do uso sustentável da biodiversidade.

Segundo o analista ambiental Fábio Chicuta, o debate entre o pensamento científico e tradicional fluiu bem para a construção do conhecimento. "A gente nem sempre consegue entrar em consenso em muitos pontos sobre como deve ser feito", disse, destacando que esses assuntos serão colocados como diretrizes técnicas.

Quando o conhecimento científico e tradicional concordam sobre a importância de determinada prática de manejo, mas ainda não há mecanismos estabelecidos para a sua implementação, Chicuta explica que serão colocados como recomendações. Além de melhorar a produção, as boas práticas são fundamentais para a conservação do meio ambiente.

O pequi faz parte da lista de produtos da sociobiodiversidade que tem garantia de preço mínimo.

O extrativista José Correa, da Chapada Gaúcha, em Minas Gerais, gostou da troca de experiência proporcionada pela oficina. "É bom para troca de informações e pela oportunidade de conhecer realidades diferentes", ressaltou. Ele aprendeu na oficina que é preciso criar um banco de dados sobre quantidade de produção por árvore e por hectare para avaliar e melhorar a produção.

"Na discussão, pudemos ver que há muitos pontos que ainda são pautas para pesquisa", completou a bióloga Sarah Melo, de Minas Gerais. Segundo ela, a coleta de dados sobre a produção é precária e as pesquisas sobre o pequi são recentes. "Por isso, para o pequi existe mais recomendações do que diretrizes."

Existe uma grande variedade de produtos feitos com pequi, como óleos, polpa, creme, farofa, doce, sorvete, licor. Até a castanha do fruto é utilizada para fazer torrada.

Foram realizadas dez oficinas sobre boas práticas. Da Caatinga são a carnaúba, o licuri e o caroá; da Amazônia a castanha-do-brasil, o açaí, o babaçu, a andiroba e a copaíba, essas duas realizadas na mesma oficina; e do Cerrado o pequi, o buriti e o baru.

Outras espécies também estão tendo as suas diretrizes construídas com o apoio da Gerência de Extrativismo do MMA.

A iniciativa é uma parceira entre o Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR) e Secretaria de Biodiversidade e Florestas (SBF), e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por meio da Coordenação de Agroecologia.

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