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Rede de produção sustentável na Caatinga já reúne mais de 3 mil famílias

Publicado: Domingo, 05 Dezembro 2010 22:00 Última modificação: Domingo, 05 Dezembro 2010 22:00

Seis anos após a criação da Bodega de Produtos Sustentáveis do Bioma Caatinga, mais conhecida como Bodega da Caatinga, o número de organizações ecoprodutivas que coletam e beneficiam produtos florestais não madereiros na região passou de oito para quarenta. Os produtores associados a esta rede trabalham de forma socioambientalmente sustentável e fabricam alimentos, bebidas, fitocosméticos, biojoias, acessórios, tapeçarias, mobiliários, peças para sala, copa, cozinha e outros artesanatos.

Ao todo, já são mais de 3 mil famílias associadas que participam de oficinas de capacitação em atividades produtivas sustentáveis e de acesso a diversos mercados, com base nos princípios do comércio justo, ético e solidário.

A Bodega da Caatinga foi criada pela ONG Agendha, em parceria institucional com o Ministério do Meio Ambiente, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e o Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), no Projeto Conservação e Uso Sustentável da Caatinga (GEF- Caatinga).

As organizações reunidas neste projeto são de diversas comunidades de agricultores familiares e povos tradicionais dos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Em algumas delas, os produtores transformam umbu, maracujá da Caatinga, caju, cajarana e outras frutas em geléias, doces e sucos. Outros trabalham com cocos de licuri e babaçu, e há ainda as comunidades que transformam palhas de licuri, carnaúba, babaçu, espiga de milho, fibras de caroá, sisal e bananeiras em diferentes tipos de artesanatos decorativos ou utilitários.

Também existem no projeto populações que trabalham com castanhas de caju e mel de abelha, oferecidos em quantidades e embalagens variadas. Hoje, a Bodega da Caatinga já conta com mais de 700 produtos diferentes e mais de 100 variedades de artigos de palhas e fibras. As criações são predominantemente de mulheres bodegueiras, que em quase todos os casos contam com a ajuda de homens de diversas idades, cujo trabalho nestas atividades gera uma fonte de renda que os ajuda a permanecerem em suas terras e comunidades sem precisar migrar para outras localidades.

Um dos objetivos desta rede é o processo de mobilização das organizações bodegueiras da Caatinga no desenvolvimento de múltiplas oportunidades que propiciem sustentabilidade e divulgação de seus produtos, sabores e saberes, de forma a melhorar a renda e a qualidade de vida dos associados.

A Bodega da Caatinga também mobiliza famílias da região a se envolverem em atividades econômicas que se tornem alternativas à exploração exclusivamente de madeira. Toda a produção da rede é voltada para o fortalecimento de diversas cadeias produtivas da sociobiodiversidade, reduzindo significativamente desmatamentos e a degradação do bioma, com influência direta na prevenção à desertificação de seus agroecossistemas familiares e coletivos.

As organizações ecoprodutivas que compõem a Bodega da Caatinga têm participado, em uma estimativa média anual, de 19 feiras e exposições em diversas localidades do Brasil e nd Europa. Um delas foi a ExpoSustentat, realizada em São Paulo, de 3 a 5 de novembro de 2010. Segundo a coordenadora da ONG AGENDHA, Edvalda Torres, as organizações ecoprodutivas desta rede fecharam negócios com empresas nacionais e internacionais da ordem de R$ 1,8 milhão.

Os produtos oriundos das Organizações Bodegueiras, como sorvetes, picolés, bebidas lácteas, néctares e sucos, também serão comercializados durante a Copa das Confederações de 2013, na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas e ParaOlimpíadas de 2016, que serão realizadas no Brasil. A iniciativa é resultado de uma parceria público-privada que conta com a participação da Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete (ABIS), da Atrium Ingredients Business, de vários organismos governamentais e com o apoio da Cooperação Governamental entre o Brasil e a Alemanha. Essa parceria engloba ainda produtos dos biomas Amazônia e Cerrado.

Fonte: Jorge Vasconcellos (Pnud)



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