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Desmatamento na Amazônia cai 49% em junho

Dados confirmam a trajetória de redução da área desmatada se comparada ao mesmo período de 2009. Em diminuição desde 2004, com exceção de 2008, as taxas de desmatamento devem ficar bem abaixo da meta de 9 mil Km2 estabelecida no Plano de Mudança do Clima
Publicado: Domingo, 08 Agosto 2010 21:00 Última modificação: Domingo, 08 Agosto 2010 21:00

Paulenir Constâncio

Dados do Deter, Sistema de Monitoramento da Amazônia Legal em Tempo Real por Satélite, registraram uma queda de 49% do desmatamento em junho, em relação ao mesmo período de 2009, confirmando a trajetória de redução da área desmatada. A atividade econômica em crescimento e as taxas de desmatamento em queda indicam que o combate ao desflorestamento vem apresentando os resultados esperados.

Em diminuição desde 2004, com exceção apenas de 2008, as taxas de desmatamento devem ficar bem abaixo da meta de 9 mil Km2 estabelecida no Plano Nacional de Mudanças do Clima, apresentado pelo governo brasileiro na Conferência do Clima em Copenhagen, no final do ano passado.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta segunda-feira (9/8), em entrevista coletiva, que essas previsões, com base nos números apresentados pelo Inpe até o mês de julho, podem ser confirmadas quando saírem os números do Prodes, em dezembro. "É a tendência", disse. O Inpe projeta um número menor de 4 mil Km2, que só poderá ser confirmado em dezembro.

Os novos números do Deter são animadores, já que a cobertura de nuvens em junho não passou de 28% em todo o território, o que quer dizer que os dados são bem mais confiáveis que os do ano passado, que teve 43% de cobertura. Quanto menos nublado o mês, melhor a visibilidade para o mapeamento por satélite, que faz leituras de cinco em cinco dias.

Apesar da redução do desmatamento em toda a Amazônia, alguns estados e municípios ainda apresentam dados preocupantes. É o caso de Novo Progresso, no Pará, que mesmo com o desmatamento em queda de 66%, lidera o ranking dos municípios que mais desmatam. O Inpe identificou as áreas ao longo da BR 163 (Cuiabá-Santarém), onde fica o município, e a Terra do Meio, região da BR-319, entre o Pará e o Maranhão, como os principais focos do desmatamento. O município de Lábrea, no Amazonas, que já constava na lista dos maiores desmatadores, também apresentou um acréscimo na área desmatada.

Izabella descartou a relação direta entre desmatamento e obras nas rodovias. Segundo ela, isso requer estudos mais aprofundados. Para a ministra, não é possível determinar uma única causa para o desmatamento, nem apontar as rodovias como as causadoras isoladamente. Ela anunciou que no final do ano, com os resultados do Prodes, que mede o desmatamento acumulado no período de doze meses, o governo terá condições de apresentar um diagnóstico mais preciso sobre o conjunto de fatores que levam ao desmatamento e formular novas alternativas de combate ao desmatamento em áreas críticas.

Os nove estados da Amazônia Legal estão com as taxas de desmatamento em queda, liderados pelo Pará, com a supressão de 160,6 Km2, seguido do Mato Grosso com 36,5 Km2 e Amazonas com 24,4 Km2. No total, foram desmatados 243,7 Km2 em junho de 2010 contra 578 Km2 em 2009/2010.

Perfil - O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, apresentou dados do sistema Prodes, que cobre áreas quatro vezes menores que o Deter, constatando a mudança no perfil do desmatamento na Amazônia. Nas áreas inferiores a 25 Km2, fora do alcance das lentes dos satélites que registram os dados do Deter, o desmatamento saltou de 20% para 60% do total da área desmatada nos últimos dez anos. Os novos estudos confirmam a suspeita de que o desmatamento em áreas anexas às já desmatadas, os "puxadinhos", são a modalidade preferida pelos desmatadores para driblarem a vigilância por satélite. Este tipo de estratégia é usada indistintamente por pequenos, médios e grandes proprietários de terra e indicam que o Governo deverá reforçar a fiscalização e controle dessas áreas.



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