Cristina Ávila
Na programação do I Fórum da Biodiversidade das Américas, amanhã (8), às 18h30, no Jardim Botânico de Brasília, a analista ambiental Larissa Malty, da Secretaria de Recursos Hídricos do MMA, lança o livro "Alumeia - O Cerrado que a velha conta", em que aborda a medicina popular e costumes de rezadeiras, parteiras e benzedeiras de comunidades pesquisadas no sul da Bahia e cidades goianas como Pirenópolis.
Larissa Malty pesquisou essas mulheres como parte de sua dissertação de mestrado em Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB). Formada em artes cênicas com especialização em mitologia, a partir desse estudo ela criou a personagem "Velha do Cerrado", uma andarilha que prega a preservação do bioma, com falas improvisadas que retratam saberes e ações de desenvolvimento sustentável que fazem parte da rotina dos povos do Cerrado.
A analista ambiental do MMA usa o teatro como instrumento de educação ambiental e sensibilização para as questões ecológicas. Ela já apresentou sua criação em escolas, seminários científicos e até em audiências públicas no Senado.
"A proposta desse estudo norteou-se na identificação do arquétipo da Grande Mãe em mulheres curandeiras, rezadeiras, portadoras do conhecimento ancestral de diálogo entre a comunidade e os elementos naturais que a cercam. Entendendo que naturais são os animais, as espécies vegetais, os rios e a terra, mas também as comadres que já morreram, os pais e avós ausentes ou o conhecimento ancestral a respeito da utilização das plantas medicinais do cerrado. Assim, a Velha do Cerrado são variações de velhas, são velhas variando, num diálogo entre o real e o abstrato, a academia e conhecimento tradicional, a intuição e a natureza, a arte e a ciência", relata Larissa.
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