O Serviço Florestal Brasileiro passou a representar o Brasil na Rede Ibero-Americana de Florestas Modelo (RIAFM) desde o dia 10 de junho. A RIAFM promove a cooperação entre Florestas Modelos de 13 países, propiciando o intercâmbio de conhecimentos e experiências entre comunidades, instituições governamentais e não-governamentais, visando o aprimoramento de políticas públicas voltadas ao manejo sustentável de recursos naturais.
O ingresso do Serviço Florestal foi aprovado por unanimidade durante a reunião da diretoria da RIAFM que ocorreu dia 10 deste mês, na sequência do Seminário Ibero-americano "Conhecendo Bosques Modelos", realizado em São Lourenço, Minas Gerais, nos dias 8 e 9 de junho.
Uma Floresta ou Bosque Modelo tem um modelo de governança que traduz os interesses e necessidades das comunidades do lugar em estratégias para o desenvolvimento sustentável. As Florestas da Mata Atlântica e de Pandeiros (Áreas de Preservação Ambiental do Rio Pandeiros, Coxa e Gibão, no município de Januária), em Minas Gerais, são as únicas Florestas Modelo do Brasil. Essas duas experiências são coordenadas pelo Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais. Atualmente, a RIAFM reúne 25 Florestas Modelos de 13 países.
"A partir de agora, o Serviço Florestal passa a ser a instituição governamental de referência para a RIAFM no Brasil. Assim, poderá promover e apoiar a criação de novas Florestas Modelo, podendo, inclusive, articular no futuro uma rede nacional de Florestas Modelo. Além disso, nas regiões onde o Serviço Florestal já atua na gestão florestal para a produção sustentável, poderemos propor a criação deste tipo de floresta. Sobretudo, será possível conhecer e aproveitar as experiências das Florestas Modelo - do Brasil e de outros países - nas ações desenvolvidas pelo Serviço Florestal", avalia Joberto Freitas, Gerente-Executivo de Informações Florestais, do Serviço Florestal Brasileiro.
As Florestas Modelo promovem a conservação e a utilização sustentável dos recursos florestais, apoiando a diversificação de atividades produtivas e valorizando a construção de conhecimento e capacidades por meio de educação formal e informal e do resgate dos saberes tradicionais locais, tanto os adquiridos como os ancestrais.
Princípios e Convenções Internacionais
As Florestas Modelo compartilham seis princípios básicos que garantem sua transformação em espaço integral de desenvolvimento. Os princípios envolvem a noção de associação dos diferentes interesses em busca de consenso sobre a gestão dos recursos naturais; o território como área geográfica que inclui questões sociais culturais, econômicas e ambientais; o compromisso com a sustentabilidade; uma estrutura transparente, responsável e participativa de gestão; a visão estratégica e a construção de capacidades e trabalho em rede.
As características das Florestas Modelo as convertem em áreas propícias para o cumprimento de acordos internacionais voltados para alcançar objetivos ambientais, tais como: Convenção sobre Biodiversidade Biológica, Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Convênio de Luta contra a Desertificação, entre outros.
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