Carlos Américo
O Ministério do Meio Ambiente vai dar continuidade à herança dos ex-ministros do Meio Ambiente Carlos Minc e Marina Silva e começar o olhar para o futuro da questão ambiental, disse nesta quarta-feira (31/03), a nova ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, durante o evento de transmissão de cargo, em Brasília.
"Vamos trabalhar o triplo e encerrar a temporada em alto estilo", afirmou a ministra ao se referir aos nove meses em que ficará no cargo até encerrar a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Izabella Teixeira afirmou, ainda, que o Ministério do Meio Ambiente vai avançar nas negociações internacionais para que na próxima Convenção do Clima (COP-16), em Cancun, no México, saia o novo acordo global do clima. "Vamos trabalhar duramente para que Cancun não siga o mesmo caminho de negociações da reunião de Copenhague", ressaltou Teixeira, ao falar que o Brasil vai manter o protagonismo na questão climática. Para isso, ela salientou que projetos de adaptação terão força igual aos de mitigação das mudanças climáticas.
Ainda sobre negociações internacionais, a nova ministra disse que o Brasil vai fazer a diferença na Convenção da Biodiversidade, que será realizada no final do ano em Nagoya, no Japão. "O Brasil é importante para a biodiversidade mundial", afirmou Teixeira. O Brasil é conhecido como país megadiverso devido a sua grande quantidade de espécies de fauna e flora. Na reunião no Japão, o Brasil vai defender a implementação do sistema ABS (de repartição de benefícios de produtos oriundos da diversidade biológica), com compromissos jurídicos e financeiros.
A ministra ainda falou que o MMA está aberto para o debate, destacando a oportunidade de ampliar a agenda ambiental na iniciativa privada. Ela afirmou que o ministério apoia ações que vão além de simplesmente se adequar às leis. "Temos de incentivar quem faz mais pela sustentabilidade", disse Teixeira.
Funcionária de carreira do Ibama, Teixeira defendeu a criação de um plano de carreira para os analistas ambientais, que garanta profissionais bem qualificados, treinados, remunerados e que tenham visão política para colocar a questão ambiental nos diversos debates de desenvolvimento do país. "Se eu assumi este cargo hoje mostra que podemos ter novos analistas como ministros", finalizou.
Diálogo
O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc disse que a nova ministra foi fundamental no diálogo com o setor público e privado. Ele lembrou de parcerias do turismo, como o programa turismo nos parques. "É preciso ter um leque de ideias e alianças para que os projetos possam ser colocados em prática", salientou.
Minc contou que a decisão de colocar a sua secretária-executiva como ministra estava definida há seis meses. "Ela tem muito conhecimento técnico e tem uma capacidade de trabalho brutal". Para Minc, ela deve continuar com as ações de combate ao crime ambiental e ampliar parcerias públicas, privadas e com a sociedade, estimulando o consumo sustentável
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