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Projeto na BR-163 promove capacitação em manejo florestal no Pará

Publicado: Segunda, 29 Março 2010 21:00 Última modificação: Segunda, 29 Março 2010 21:00

Iniciativa financiada pela Comissão Europeia, que conta com gestão e apoio técnico da FAO e execução do Ministério do Meio Ambiente, o Projeto BR 163: Floresta, Desenvolvimento e Participação treinou até o momento 66 pessoas em técnicas de manejo florestal na região da BR-163. A atividade prevê o uso sustentável dos recursos florestais.

O asfaltamento da BR-163, que liga Cuiabá à Santarém, traz um dos grandes desafios para o governo brasileiro: executar um plano de desenvolvimento que contemple ações de ordenamento do território, infra-estrutura, fomento a atividades econômicas sustentáveis e o fortalecimento da cidadania na região amazônica.

É justamente com esse propósito que está sendo desenvolvido o Projeto BR-163: Floresta, Desenvolvimento e Participação, na área onde foi criado o primeiro Distrito Florestal Sustentável do país, região de influência da estrada que atravessa o Oeste do estado do Pará.

O projeto integra três componentes: Manejo das Florestas Públicas no Distrito Florestal Sustentável, Apoio à Produção Sustentável e Fortalecimento da Sociedade Civil e começa a mostrar seus resultados. Um dos destaques é a disseminação de técnicas de uso sustentável dos recursos florestais.

Cabe destacar que o treinamento foi organizado pelo Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal (CENAFLOR) e ministrado pelo Instituto Floresta Tropical (IFT).

O uso sustentável é possível

No ano passado, o componente Manejo de Florestas Públicas, executado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) através do Centro Nacional de Apoio ao Manejo Florestal (CENAFLOR), promoveu seis cursos de capacitação em manejo florestal que contou com 66 participantes. As aulas foram realizadas no Instituto Florestas Tropicais, um centro de excelência em técnicas de impacto reduzido, na Fazenda Cauaxi, município de Ulianópolis, Pará. O IFT é uma organização sem fins lucrativos, que se dedica ao manejo sustentável nos trópicos desde 1994. Estudantes de escolas técnicas, assentados da reforma agrária, empresários do setor florestal, técnicos e engenheiros florestais tiveram oportunidade de participar de três cursos com enfoques distintos: Manejo Florestal para Tomadores de Decisão. Gerenciamento em Manejo Florestal e Manejo Florestal para Técnicos Florestais.

"As capacitações abrangem todas as etapas de manejo florestal. Os participantes saem do curso em condições de colocar em prática e transmitir o que aprenderam, demonstrando que o manejo florestal é economicamente viável e que existem técnicas que o tornam uma atividade segura, produtiva e de baixo impacto ambiental", afirma Pedro Bruzzi Lion, engenheiro florestal e coordenador do Projeto BR 163. Ele anuncia que novas turmas serão formadas até o final de 2012, quando o projeto será concluído.

Bruzzi acredita que quando setores da sociedade ligados à produção florestal, desde o pequeno extrator até o empresário do setor madeireiro estão bem informados, naturalmente ocorre o abandono da exploração predatória.

Participantes aprovam iniciativa

Thiago Wallas Sousa foi um dos participantes do curso Manejo Florestal para Técnicos Florestais, realizado entre os dias 30 de novembro e 12 dezembro de 2009. Como estudante da Escola Estadual Tecnológica do Pará (EETPA) do Campus Itaituba, ele diz que o treinamento foi ótimo para preparar os futuros técnicos florestais para o mercado de trabalho que está surgindo na região.

"O curso realizado na fazenda Cauaxi teve como foco central o MF - EIR, que é o Manejo Florestal com Exploração de Impacto Reduzido. Conhecemos todas as etapas, como macro e micro planejamento e as atividades pré e pós-exploratórias. O manejo sustentável é uma atividade que todos os empresários do ramo devem se adaptar daqui pra frente", opina o estudante.

Sidney Mesquita, coordenador do Curso Técnico em Florestas da EETPA, relata um pouco da experiência. "Ao planejar as estradas devemos ter muita atenção e levar em consideração os declives e os rios. Isso é essencial para que a equipe que vai colocar pontes e bueiros evite áreas de risco. Esses caminhos precisam ser permanentes para serem utilizados nos ciclos de exploração seguintes. Assim, não será necessário abrir novas estradas e evitaremos mais impactos ao meio ambiente", conclui o professor.

Com informações do Projeto BR 163: Floresta, Desenvolvimento e Participação

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