Gerusa Barbosa
Identificação de programas estaduais e de iniciativas da sociedade civil para o desenvolvimento sustentável do semiárido permearam os debates desta sexta-feira, na reunião preparatória de Campina Grande para o Encontro Nacional de Enfrentamento da Desertificação, que será realizado em março, nas cidades de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
O objetivo do encontro nacional é firmar um pacto pelo desenvolvimento do semiárido entre os governos federal, estaduais e municipais, setores produtivos e sociedade civil, comunidade científica e parlamento, cujas propostas serão encaminhadas do encontro de Campina Grande, que termina neste sábado (6/2).
As agendas dos estados voltadas para a solução dos problemas na região contam com variadas iniciativas, de acordo com suas peculiaridades. Dos 11 estados situados em áreas suscetíveis à desertificação, alguns, como Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Espírito Santo, já contam com programas de ações estaduais comprometidos com a agenda da desertificação e das mudanças climáticas. Outros estão em fase de elaboração e conclusão ou sendo retomados, como é o caso da Paraíba.
O estado de Pernambuco possui uma área bastante vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas. Estudos científicos já apontam elevação do nível do mar na região. O plano estadual pernambucano trabalha essa questão, principalmente por haver grande densidade populacional na faixa urbana do litoral que concentra cerca de 950 pessoas. Outro fenômeno agravante no estado é a erosão costeira e a seca.
O Ceará possui uma área suscetível à desertificação grave a moderada de 29.030.000mil Km2, correspondente a 23% da região. As ações do estado para combater o problema estão voltadas para agricultura sustentável, reflorestamento, programas de cisternas, recuperação e conservação do solo, entre outros. Em Irauçuba, município afetado pela desertificação, são desenvolvidos trabalhos de educação ambiental, possibilitando a convivência dos moradores com a desertificação.
Com apoio do Ministério do Meio Ambiente, o governo do estado do Piauí construiu no município de Gilbués o Núcleo de Pesquisa e Recuperação de Áreas Degradadas, onde são desenvolvidos estudos e técnicas para recuperação do solo. O clima do município é subúmido seco, mas enfrenta os mesmos problemas do semiárido. De acordo com o representante do governo do estado, a região fica de 6 a 7 meses sem chuva. No pouco período chuvoso acontece enxurradas que danificam o solo.
A criação de fundos estaduais específicos para desertificação garantidos em leis orçamentárias, por exemplo, foi uma das questões discutidas no encontro de Campina Grande. O tema pode ser refletido entre os participantes da reunião e considerado de grande importância para implementação das ações de combate a desertificação orientadas no PAN-Brasil (Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeito da Seca) e nos PAEs (Programas de Ações Estaduais de Combate à .Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca).
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