Meio Ambiente

Gerusa Barbosa

Quase um milhão de terras brasileiras estão localizadas no semiárido, abrangendo 1.133 mil municípios dos estados nordestinos, além de porção do Espírito Santo e Minas Gerais, onde vivem cerca de 22 milhões de pessoas. Os dados foram apresentados pelo representante do Ministério de Ciência e Tecnologia, Alberício Pereira, na reunião preparatória de Campina Grande que discute propostas para o encontro nacional de enfrentamento da desertificação, em março, em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA). Na tarde desta quinta-feira (4/2), foram apresentadas ações dos órgãos federais para o semiárido.

O gestor do MCT disse, em sua apresentação, ser necessário identificar as potencialidades da região e desconstruir a imagem distorcida de que nada é possível fazer para reverter o ?quadro de miséria?. Para ele, há possibilidades, desde que haja compreensão e respeito do espaço a ser explorado.

O diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Dalvino Joffily reforçou a idéia de aplicação de recursos do Fundo Clima em desertificação, proposta já anunciada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e defendeu o comprometimento do governo com um determinado percentual.Dalvino defendeu que as deliberações da reunião preparatória de Campina Grande sejam fortes e ?pesadas? com o comprometimento dos estados, municípios e sociedade..

Outros ministérios que desenvolvem ações em parceria com o MMA na área de desertificação, como Ministérios da Integração, do Desenvolvimento Social e do Desenvolvimento Agrário, também apresentaram seus programas voltados para a agenda. Entre o conjunto de ações que tem relação direta com a desertificação estão o programa de revitalização da bacia do São Francisco, política de preços mínimos para produtos da sociobiodiversidade, programa de Cisternas, de agricultura familiar, entre outros.

Para o programa de revitalização do São Francisco está previsto investimento de R$ 1 bilhão e meio de 2007 a 2011, segundo informou o representante do Ministério da Integração. Os recursos serão alocados para conservação, preservação, reflorestamento de nascentes, manejo sustentável dos recursos naturais, entre outros. Ele esclareceu que as águas da transposição do São Francisco serão destinadas para o abastecimento humano, rebatendo críticas de que seja usada para irrigação de grandes empreendimentos.

Nesta sexta-feira (5/2), a reunião continua com a apresentação dos planos estaduais para o desenvolvimento sustentável do semiárido.