A iniciativa é do Ministério do Meio Ambiente, com a implementação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Outros três centros semelhantes já operam, sendo um em São Paulo, desde 2006, outro no Rio de Janeiro, desde 2008, e outro em Recife, desde 2009.
O principal objetivo das centrais de regeneração quanto das unidades de reciclagem é reduzir o consumo de CFCs e HCFCs virgens nos serviços de refrigeração doméstica e comercial, por meio do recolhimento durante os serviços de reparo e manutenção dos refrigeradores e ar condicionados, contribuindo para prolongar a sua vida útil e evitar que estes equipamentos sejam prematuramente retirados do mercado.
As Centrais de Regeneração estão aptas a regenerar, além do CFC, outros fluidos refrigerantes como o HCFC e HFC. A importação de CFC, que estava sendo impedida progressivamente desde 2001, está totalmente proibida desde janeiro de 2010. Dessa forma, a manutenção em sistemas de refrigeração que utilizem essa substância só pode ser realizada por meio da obtenção desse gás a partir da regeneração ou reciclagem.
O Centro de Regeneração Gresocol-Bandeirantes vai operar utilizando duas máquinas, cada uma com capacidade de regenerar uma tonelada de gás CFC por dia. Além disso, o centro contará com oito cilindros que podem armazenar uma tonelada de gás cada um, outros 50 cilindros com capacidade pra 50 quilos e mais 600 cilindros em quem cabem oito quilos de gases causadores do efeito estufa.
O fluido regenerado obtém um grau de pureza com as mesmas características e propriedades de um fluido novo, comprovado e certificado por um laboratório montado em suas instalações. Os equipamentos doados pelo plano foram adquiridos com recursos doados ao Brasil pelo Fundo Multilateral para Implementação do Protocolo de Montreal e entregues em regime de doação às empresas nacionais.
A criação das Centrais de Regeneração integra o Plano Nacional para Eliminação de CFCs - PNC, criado no âmbito do Protocolo de Montreal, do qual o Brasil é signatário desde 1990 e se comprometeu a eliminar o consumo das Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio (SDOs), tais como os Clorofluorcarbonos (CFCs), os Halons, o Tetracloreto de Carbono (CTC), os Hidroclorofluorcarbonos (HCFCs) e o Brometo de Metila.
O PNC já realizou vários projetos como treinamento de mais de 25.000 refrigeristas em cursos de boas práticas em refrigeração, dos quais 12.700 técnicos em São Paulo; distribuição de 2.000 máquinas para recolhimento das Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio - SDOs; distribuição de outras 360 máquinas para recolhimento e reciclagem de CFC e HFC de ar condicionado automotivo; e instalação de centros de regeneração e de reciclagem.
Os CFCs são formados por átomos de cloro, flúor e carbono e desde 1912 são utilizados como agentes de refrigeração. No ano de 1999, sua fabricação e aplicação em produtos novos foram proibidos no Brasil por, comprovadamente, contribuírem para a redução da espessura da camada de ozônio, mas seu uso em procedimentos de manutenção nos equipamentos ativos ainda é permitido. Segundo especialistas, a camada funciona como um filtro contra a radiação ultravioleta, sendo fundamental para a proteção da saúde dos seres vivos. A exposição direta à radiação ultravioleta pode provocar envelhecimento precoce, câncer de pele dentre outros efeitos.
Redes Sociais