O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou nesta segunda-feira (21/12), no Rio de Janeiro, que apesar de a Conferência do Clima (COP-15), em Copenhague, na Dinamarca, não ter sido suficiente para avançar nas questões climáticas globais, o Brasil vai cumprir as metas que apresentou na reunião e continuará a cobrar dos países ricos, que são os responsáveis históricos pelo aquecimento, tomem posturas mais fortes na próxima conferência, em 2010, no México.
A COP-15 não resultou de um documento vinculante e sim de um instrumento político para um acordo futuro que garanta que o aquecimento do planeta não ultrapasse 2 graus Celsius. Mas a meta de redução global de 50% das emissões em 50% até 2050 tendo o ano base de 1990, proposta pelo IPCC, não ficou acordada. Em Copenhague os países apenas se disponibilizaram em entregar até 31 de janeiro de 2010 suas metas de redução de emissão e a lista das ações necessárias para sua execução.
Durante coletiva convocada pelo governo para um balanço da COP-15, no hotel Softel, em Copacabana, no Rio, com a presença da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef e do diplomata Luiz Alberto Figueiredo, o ministro ressaltou que a meta apresentada em Copenhague é do Brasil, não só do governo federal. Segundo Minc, ao cumprir a meta o Brasil vai emitir menos 1 bilhão de toneladas de C02 até 2020. "Se não se fizesse nada seriam emitidos 2,7 bilhões de toneladas de CO²", disse Minc, acrescentando que o Brasil não tem responsabilidade histórica no acúmulo de gases-estufa, responsáveis pela alteração do clima.
Outra ponto importante destacada pelo ministro na reunião de Copenhague foi a inclusão do tema floresta na discussão climática. O mecanismo REDD (Redução de Emissão de Desmatamento e Degradação) tem 19 projetos em andamento no Brasil e depois da COP-15 a expectativa é que aumente o número de projetos. "Agora não existe acordo de clima sem floresta", disse o ministro lembrando que a participação brasileira foi muito elogiada tanto pelas ongs ambientalistas como por outras delegações. " O Brasil sempre ganhava o prêmio motoserra nas conferências de meio ambiente, nessa ganhou prêmio de amigo do planeta", ressaltou.
A COP 15 não fechou acordo sobre o montante de recursos para financiar as ações de mitigação e adaptação necessários para conter o aquecimento global. Segundo a ministra Dilma, os 30 bilhões de dólares a serem gastos em três anos propostos pelos países ricos são insuficientes.
"Só para se ter uma idéia o projeto de transposição de bacias do rio São Francisco tem um custo de 4,5 bilhões de dólares", disse Dilma, dando um exemplo de ação de adaptação em zonas áridas, que se tornarão mais áridas com o aquecimento global.
Segundo a previsão do G77, seriam necessários de 200 a 210 bilhões por ano até 2030 para ações eficazes de combate aos efeitos do aquecimento global. Dilma falou que só para cumprir as metas brasileiras serão necessários 16,6 bilhões de dólares por ano. Segundo a ministra, o Brasil também estuda a proposta chinesa de criação de um fundo Sul-Sul, por meio do qual os países em desenvolvimento que estão crescendo (Brasil, Índia, China e África do Sul) ajudariam os países mais pobres a conter os efeitos do aquecimento global.
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