Ronie Lima
Em entrevista coletiva à imprensa brasileira e estrangeira, dada nesta terça-feira (15/12) na COP-15, em Copenhague, na Dinamarca, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu que eventuais recursos de fundo ambiental mundial para projetos de adaptação aos efeitos da mudança do clima sejam direcionados para os países mais pobres, como os africanos e as pequenas ilhas. No entanto, segundo Minc, países emergentes, como Brasil, China e Índia, devem receber recursos para ações de mitigação de suas emissões de gases que provocam o efeito estufa.
Minc disse que o Brasil não aceita "a cunha" que estão tentando criar na COP-15 entre os países emergentes e os mais pobres. Ele defendeu "uma ecossolidariedade" em relação aos mais pobres, afirmando que o país já vem fazendo sua parte. Minc lembrou, por exemplo, que 20% dos recursos captados pelo Fundo Amazônia serão destinados a projetos de conservação da Floresta Amazônica existente em países da América Latina.
Além disso, o governo federal tem dado apoio a países mais pobres, como o uso gratuito de satélite do Inpe para monitorar o estado de savanas africanas e da Floresta Amazônica além da fronteira brasileira. Minc lembrou que sem esse tipo de monitoramento, esses países não poderão se candidatar a receber recursos do Redd para a manutenção da floresta em pé.
Em relação ao cumprimento das metas de redução de CO2 apresentadas pelo Brasil, para 2020, entre 36,1% e 39%, o ministro do Meio Ambiente disse estar otimista. Ele avalia que inclusive o país poderá chegar em 2020 com 90% de queda do desmatamento na Amazônia, e não os 80% previstos no plano de metas, já que em 2009 baixou a área de desmatamento para 7.000 km2, número previsto para ser atingido apenas em 2014.
"Acho que o Brasil pode ir além da meta proposta", disse. Em função desse bom desempenho, o ministro disse esperar novas doações para o Fundo Amazônia, que reforçarão as ações de combate ao desmatamento na região.
E para reforçar o seu otimismo em relação a ações do governo para atingir as metas de redução de suas emissões de gases-estufa, Minc lembrou que o Fundo Nacional de Mudança do Clima, recentemente sancionado pelo presidente Lula, irá destinar cerca de R$ 1 bilhão por ano, originário do lucro da atividade petrolífera, para ações de combate ao aquecimento global.
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