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MMA entrega Prêmio Chico Mendes

A premiação é um incentivo às boas práticas ambientais desenvolvidas por pequenas organizações de extrativistas, indígenas e agricultores familiares, além de organizações não-governamentais e municípios comprometidos com a preservação ambiental.
Publicado: Terça, 08 Dezembro 2009 22:00 Última modificação: Terça, 08 Dezembro 2009 22:00

Carlos Américo

 

O Ministério do Meio Ambiente entregou o Prêmio Chico Mendes nesta terça-feira (08/12), em Brasília. Durante a cerimônia, o ministro Carlos Minc ressaltou a importância de exemplos como o dos vencedores para mostrar que a floresta em pé vale mais do que derrubada, e elogiou os 80 inscritos no prêmio pelo bom nível dos trabalhos. "Não foi fácil para o júri do prêmio escolher os vencedores pelo alto nível dos trabalhos", destacou.


A premiação é um incentivo às boas práticas ambientais desenvolvidas por pequenas organizações de extrativistas, indígenas e agricultores familiares, além de organizações não-governamentais e municípios comprometidos com a preservação ambiental. O vencedor de cada categoria - exceto a Municipal - recebe R$ 28 mil.


Minc contou aos participantes da premiação que em 1987 teve "a honra de conceder a Chico Mendes um prêmio pelo que ele representava para os povos da floresta e pela proteção da Amazônia". Ele salientou que a luta de Chico Mendes não foi em vão. "Vamos trabalhar para proteger a natureza e os povos da floresta."


O ministro ainda ressaltou a participação dos pequenos agricultores para a proteção da floresta. "Este ano tivemos o menor índice do desmatamento na Amazônia dos últimos 21 anos, e com a participação do agricultor familiar vamos conseguir reduzir ainda mais."


Ao longo de quase uma década, o Prêmio Chico Mendes já contemplou instituições, entidades e personalidades de renome na área ambiental, como a ex-ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, o Instituto Sócio-Ambiental (ISA), o Instituto Internacional de Educação Ambiental (IEB), o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a Universidade Federal do Acre e o pesquisador Philip Fearnside.


Vencedores

O líder macuxi Jacir José de Souza, da terra indígena Raposa Terra do Sol, se destacou este ano na luta pela demarcação da reserva indígena, ocupada durante décadas por garimpeiros e arrozeiros. Por isso, recebeu das mão do ministro Carlos Minc o prêmio na categoria Liderança Individual. Ele já percorreu o Brasil e o mundo reivindicando melhorias para os índios e ressaltando a importância da proteção do meio ambiente.


"A gente fica contente e alegre quando nosso trabalho de proteger o meio ambiente é reconhecido", comemorou Jacir. Na mesma categoria, o juiz Anderson Candiotto, de Mato Grosso, recebeu a menção honrosa.


Aliando a proteção ambiental com a formação profissional, a Oficina Escola de Lutheria da Amazônia (Oela) teve seu trabalho reconhecido na categoria Organização da Sociedade Civil. Os jovens aprendem, na oficina, a criarem instrumentos musicais com madeiras certificadas, de áreas de manejo florestal. A Oela ensina os jovens a utilizarem técnicas milenares de lutherias (construção de instrumentos) e marchetaria (acabamento final) para produção de instrumentos musicais.

 

A escola ofereceu ao ministro Minc um cavaquinho feito pelos alunos da oficina, e capacitou 63 famílias para o trabalho de manejo florestal comunitário. O Instituto Florestal Tropical recebeu o certificado de menção honrosa, na mesma categoria, pela promoção de boas práticas de manejo florestal na Amazônia.

 

A produção e comercialização sustentável de produtos da floresta ajudam a proteger a vegetação além de garantir às famílias que vivem na floresta renda para viver com dignidade. Esse trabalho é desenvolvido pela Cooperativa Mista da Flona Tapajós, que ganhou o prêmio Chico Mendes na categoria Negócios Sustentáveis. A menção honrosa da categoria ficou com a Associação Terra Vida de Agricultura Alternativa e Educação Ambiental, no Mato Grosso.


Na categoria Saúde e Meio Ambiente, a instituição premiada foi a Secretaria da Mulher Extrativista, do Conselho Nacional das Populações Extrativistas. Com o programa "A Bagagem das Mulheres da Florestas", a secretaria realizou oficina sobre saúde nas reservas extrativistas para 20 mil famílias nos nove estados da Amazônia Legal. Temas como planejamento familiar, saúde reprodutiva e informações sobre DST foram tratados na oficina.


A Associação de Moradores e Produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes venceu na categoria Educação Ambiental, com o projeto Florestas das Crianças (Floc). O projeto busca a conservação ambiental na região da fronteira Brasil, Bolívia e Peru, por meio da inserção de  pesquisas de conservação e manejo florestal, promovendo assim a inclusão social de crianças e jovens. O Floc conta com a participação de 37 professores de escolas rurais e tem 450 matriculados. A rádio Nativa FM, do Pará, recebeu o certificado de menção honrosa pela mesma categoria.


Marcelândia (MT) recebeu o prêmio na categoria Município. Listado como um dos 43 municípios que mais desmataram a Amazônia em 2007, Marcelândia implementou o Fórum de Agenda 21, além de criar o Plano de Desenvolvimento Sustentável, Sistema de Informação Territorial e o Zoneamento Ecológico-Econômico, para mudar a situação do município. Este ano foi criado o programa Marcelândia Legal, com foco na questão fundiária e ambiental. A prefeitura de Rio Branco (AC) recebeu a menção honrosa.

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