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Setor agropecuário vai deixar de emitir 7% de gases de efeito estufa até 2020

Publicado: Quarta, 25 Novembro 2009 22:00 Última modificação: Quarta, 25 Novembro 2009 22:00

Suelene Gusmão

O Brasil vai apresentar na COP-15, em Copenhague, no mês de dezembro, uma proposta de redução de 40% de suas emissões de gases de efeito estufa. A redução leva em consideração um cenário de crescimento de 4% ao ano. Só no setor de agropecuária, as estimativas são de redução de 7% dessas emissões (cerca de 187 milhões de toneladas de CO2 a menos) com a implementação de três ações de mitigação. São elas, a integração das atividades de lavoura e pecuária, recuperação de áreas degradadas e o plantio direto.

Esse cenário, que vem sendo montado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e com a Embrapa, foi apresentado hoje pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em coletiva à imprensa, e será levado ao presidente Lula em reunião marcada para o próximo dia 3 de novembro, quando será definida a proposta brasileira à COP-15. As estimativas de redução das emissões brasileiras preveem até 2020 a redução em 80% do desmatamento na Amazônia, o que vai representar 20% a menos na conta das emissões

Além do cenário de crescimento econômico de 4% ao ano, o Governo Brasileiro está trabalhando com estimativas de crescimento de 5% e 6%. Com o crescimento de 5% o aumento de emissões seria de 0,28 gigas toneladas a mais. Na casa dos 6%, o aumento das emissões atingiria a casa de 0,44% gigas de toneladas.

De acordo com o ministro Carlos Minc, com a integração da lavoura e da pecuária, usa-se menos área e obtêm-se o aumento da produtividade. Ele exemplificou a questão com o estudo que vem sendo elaborado pela Embrapa. O estudo levou em consideração que em uma área de 110 milhões de hectares, se apenas 10% fossem utilizados com a integração da lavoura e pecuária, haveria uma economia de 81 milhões de toneladas de CO2.

Com relação ao plantio direto, que significa plantar na palha e revolver menos o solo, evitando a emissão de gases, a meta é passar dos atuais 28 milhões de hectares para 40 milhões de hectares até o ano 2020, com um ganho de 224 milhões a menos de emissão de CO2. Quanto à recuperação de áreas degradadas, a proposta é que em um prazo de 10 anos haja uma economia de 81 milhões de toneladas de CO2, caso se recupere 10% destas áreas.

Essa conta faz parte da proposta brasileira e compõe um conjunto de ações para se chegar à redução de 40% das emissões até 2020. Entre elas, a redução de 20% de toneladas de CO2 apenas com o controle do desmatamento na Amazônia, de outros 7% com a aplicação das três ações de mitigação na agropecuária e mais 3% com a aplicação da lei de São Paulo - responsável pela maior emissão do País - e que pretende reduzir 20% de suas emissões com energia até 2020.

O restante das ações envolveriam o controle do desmatamento nos outros biomas, a siderurgia verde e a descarbonização em atividades como o transporte com a utilização, por exemplo, de biocombustíveis como o etanol e o biodiesel.

"Nenhum país em desenvolvimento, que seja importante, tem essas metas. São metas ousadíssimas", disse o ministro Carlos Minc. De acordo com ele, as metas de redução a serem apresentadas pelo Brasil à COP-15 vão além da redução do desmatamento na Amazônia, e envolvem redução também nas áreas de energia, resíduos sólidos e agropecuária. Segundo o ministro, apenas o Brasil tem metas tão grandiosas. Ele informou que a Índia, por exemplo, pretende triplicar suas emissões e que os países desenvolvidos não pretendem anunciar metas de redução.

Carlos Minc informou que o Brasil pretende ser um protagonista na reunião de Copenhague assumindo um papel de ponte entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos. "Vamos apresentar metas ousadas para salvar a Conferência de Copenhague", disse Carlos Minc.

Na coletiva à imprensa foi divulgada a estimativa das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, no período de 1994 a 2007. Anunciados pela diretora de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Branca Americano, o estudo tem por objetivo fornecer estimativas atualizadas das emissões de gases de efeito estufa do Brasil como subsídio para o planejamento de políticas públicas.

Os estudos apresentados utilizaram o mesmo método que vem sendo aplicado na confecção do inventário de emissões elaborado pelo MCT. Eles levaram em consideração os setores de energia, processos industriais, agropecuária e resíduos e os gases de efeito estufa: dióxido de carbono, metano e óxido nitroso. Os gráficos com as estimativas de emissões para o uso do solo, resíduos, indústrias, nergia e agropecuária podem ser acessados no arquivo...

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