Carlos Américo
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse, nesta segunda-feira (16/11), que ficou frustrado com a posição dos Estados Unidos e da China de não levar compromissos numéricos de redução de emissão na Convenção do Clima (COP-15), que acontece em dezembro, em Copenhague. Segundo Minc, o Brasil já está articulando com outros países para fazer pressão e tentar que esses países mudem de posição, e a COP-15 não seja um desastre. "A notícia foi uma ducha de água quente, elevando ainda mais a temperatura do planeta".
Durante a 4ª reunião Extraordinária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), em que foi apresentado o apoio à ação brasileira de definir o compromisso de redução de emissão, Minc destacou que a meta do Brasil é ousada. Ele argumentou que, no entanto, sem a participação dos dois países responsáveis por metade da emissão global, não haverá um acordo consistente. "Depois da lufada de oxigênio com as metas apresentadas pelo Brasil, agora foi um tiro no pé e outro no peito".
O governo brasileiro apresentou, na última sexta-feira (13/10), o compromisso de reduzir entre 36,1% e 39% as estimativas de emissões previstas para 2020. Minc espera que a população e a opinião pública dos Estados Unidos e da China pressionem os governos para mudarem de posição. "O relógio está andando e a temperatura aumentando. Acho que a população desses países deve se manifestar fortemente e não aceitar essa posição como inexorável", destacou o ministro.
O ministro ainda salientou que a lógica que funciona em uma negociação comercial, em que um produto pode ser substituído por outro, não terá sucesso no debate climático. "Se há problema com o algodão, por exemplo, pode procurar uma outra fibra. Já quando o debate é o clima, nós não temos um outro planeta", avaliou Minc. Para ele, os líderes mundiais não têm "o direito de frustrar a população do mundo".
Minc destacou para os conselheiros da CDES que o Brasil fez o dever de casa e tem um compromisso forte de ações de mitigação até 2020. Segundo ele, todos os estados, a exemplo de São Paulo, farão seus planos do clima, e comemorou que em ano pré-eleitoral o discurso é para quem é mais verde e não para quem desmata mais.
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