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Desmatamento na Amazônia tem queda de 45% em duas décadas

É a menor taxa registrada desde 1988, quando começou o monitoramento na região. Foram desmatados entre agosto de 2008 e julho de 2009 cerca de 7 mil Km² contra os mais de 12 mil Km² registrados no período anterior.
Publicado: Quarta, 11 Novembro 2009 22:00 Última modificação: Quarta, 11 Novembro 2009 22:00

Suelene Gusmão

A taxa de desmatamento na Amazônia caiu 45% no período compreendido entre agosto de 2008 e julho de 2009. Esse é o menor índice de desmatamento registrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde 1988, quando começou o monitoramento na região. Foram desmatados cerca de 7 mil Km² contra os mais de 12 mil Km² registrados no período anterior.

O sistema utilizado para medir o desmatamento foi o Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes), que detecta o desmatamento feito com corte raso, segundo informou o diretor do Inpe, Gilberto Câmara. A margem de erro é de 10%. Os números finais devem ser consolidados em março do próximo ano.

O menor índice de desmatamento registrado nos últimos 21 anos foi anunciado na presença do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, do ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, dos governadores Ana Júlia Carepa (PA), Eduardo Braga (AM), Blairo Maggi (MT), além de prefeitos e vereadores do municípios que fazem parte do Programa Arco Verde Terra Legal.

O ministro Carlos Minc analisou os número divulgados pelo Inpe e disse que 90% da queda no desmatamento registrado pelo Prodes no último período é resultado da repressão aos crimes ambientais. "Espero que no próximo ano a queda seja resultado das ações do programa Arco Verde". O ministro lembrou que em 2004 foram desmatados 27.400 Km² e que em 2009 foram 7.008 Km².

Carlos Minc mostrou-se tão satisfeito com a queda no desmatamento que chegou a brincar com os presentes dizendo que a continuar neste ritmo, a queda no desmatamento da Amazônia pode deixar muitos dos seus amigos ecologistas sem ter o que fazer. "O número é muito bom. E esse ato serviu para mostrar que o trabalho que vem sendo feito no programa Arco Verde Terra Legal defende a vida das pessoas e diminui o desmatamento".

Carlos Minc lembrou que no passado, fiscais do Ibama foram agredidos no município de Paragominas, quando carros e a sede do Instituto foram queimados por pessoas que estavam tirando madeira de terra indígena. "Hoje estamos aqui com o prefeito deste município (Adnan Demachki) participando desta solenidade. Naquela época, fizemos um grande pacto e o município está dando a volta por cima".

"O bom é criar emprego e renda, sem desmatar", disse Carlos Minc. Ele lembrou que além das ações do Arco Verde, o Governo está levando à Amazônia, a política de preço mínimo para os produtos extrativistas, o manejo florestal comunitário e o Pagamento por Serviços Ambientais. "Estamos tendo sucesso porque todo o Governo vestiu a camisa do desenvolvimento sustentável".

O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva disse que a redução no desmatamento é extraordinária e muito significativa para o Brasil. "Está provado com o sucesso obtido com o Programa Arco Verde que não é mais possível resolver os problemas brasileiros com Brasília dizendo o que pode e o que não pode". Segundo o presidente, tudo deve ser acordado oferecendo a outra parte oportunidade para obter algum ganho. "Estamos tentando construir um jeito para que todos ganhem um pouco".

Lula lembrou que a questão do clima mundial é a crise mais série que o planeta vem enfrentando.

Os governadores foram representados pela governadora do Pará, Júlia Carepa, que afirmou que o grande desafio enfrentado pelos governadores da Amazônia é o desmatamento. "Mas o Brasil tem mostrado que é possível seguir a trilha do desenvolvimento sem o desmatamento", afirmou Carepa.

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