Em operação integrada do Ministério do Meio Ambiente, da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio de Janeiro e da Prefeitura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foram embargados na manhã deste sábado (7/11) cerca de 70 lixões clandestinos no Bairro de Jardim Gramacho.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que participou da operação, disse que a atividade de despejo clandestino em áreas do entorno do Aterro Sanitário de Gramacho, que recebe legalmente o lixo do Grande Rio, colocava em risco não só manguezais da Baía de Guanabara, mas a saúde das pessoas que vivem na região e os vôos do Aeroporto Internacional Tom Jobim, devido à proliferação de urubus.
"Foi uma operação de grande escala, fruto de várias semanas de investigação", disse o ministro. Logo após a apreensão de 21 caminhões que iriam despejar lixo clandestino, começou na região uma operação de "saneamento", com a retirada do material clandestino e a limpeza do local.
Equipe de cerca de 60 pessoas, integrada por fiscais do Ibama, agentes da Cicca (Coordenadoria de Combate aos Crimes Ambientais), da Secretaria de Estado do Ambiente, policiais militares e guardas municipais de Caxias, chegou à região, ao lado da Rodovia Rio-Petrópolis, por volta das sete horas de hoje.
Os agentes se depararam então com cerca de 70 lixões clandestinos, nos fundos de casas e galpões ao redor do aterro de Gramacho. Cerca de 20 mil pessoas moram no Bairro Jardim Gramacho, sendo que metade vivendo em função da catação de lixo. Por cerca de 14 entradas, dezenas de caminhões entravam diariamente no local com lixo clandestino.
Segundo o coordenador da operação, José Maurício Padrone, assessor especial do MMA, são caminhões que transportam lixo de supermercados, shoppings e até hospitais, que pagam para que o material seja depositado em aterros especiais legalizados. Mas, para embolsar o dinheiro, os caminhoneiros despejavam o lixo clandestinamente em áreas ao redor do aterro de Gramacho.
Além da apreensão dos 21 caminhões, foram bloqueadas três entradas, com vergalhões de aço, e colocado policiamento nas restantes, para permitir apenas a entrada de caminhões autorizados a despejar lixo no aterro sanitário.
Minc disse que a operação começou a ser planejada após pedido da Infraero feito ao MMA e ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente), órgão de fiscalização da Secretaria de Estado do Ambiente. A Infraero estava preocupada com a proliferação de urubus na região, o que aumenta o risco de colisões dessas aves em aviões de pousam e decolam do aeroporto internacional, na Ilha do Governador.
O ministro lembrou que o lixo clandestino é também foco de doenças, ao estimular a proliferação de ratos e baratas na região. Além disso, depois que os catadores retiravam material de lixo para a venda, como latas de alumínio, o restante acabava acumulando sobre áreas de maguezais do fundo da Baía de Guanabara, destruindo essa vegetação.
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