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Minc quer integração maior na preservação dos recursos hídricos

Em reunião do CNRH, ele defendeu esforço conjunto para recuperação de matas ciliares e também para elaboração de políticas orientadas para o uso múltiplo das águas
Publicado: Terça, 27 Outubro 2009 22:00 Última modificação: Terça, 27 Outubro 2009 22:00

Paulenir Constâncio

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,  pediu, nesta quarta-feira (28/10), aos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), em sua 26ª Reunião Extraordinária, um esforço maior na implementação de ações de integração entre as políticas de preservação do cerrado e de suas bacias hidrográficas. Ele lembrou que o bioma, que ocupa 2 milhões de Km² no Centro-Oeste brasileiro, é o berço das águas.

Minc, presidente do Conselho, reconheceu o trabalho do CNRH, mas disse que "poderia ser mais direto, mais incisivo e com mais propostas".  Segundo ele, as bacias brasileiras estão perdendo água em quantidade e qualidade e embora a reconstituição de matas ciliares e florestas não seja tarefa específica do Conselho, garantem a sobrevivência dos cursos d'água.

Ele apresentou números que apontam que a taxa de desmatamento no cerrado já é o dobro da que se verifica na Amazônia. Isso, segundo explicou, ocorre porque na região amazônica o programa de combate ao desmatamento vem produzindo reduções sistemáticas, enquanto no cerrado ele se mantém ao longo dos anos.

Energia, hidrelétricas, adaptações do semiárido às   mudanças climáticas pautaram o discurso de abertura da reunião. Minc defendeu a integração das ações nas várias áreas orientadas para o uso múltiplo das águas, previsto pela Lei das Águas. Lembrou que a caatinga e o cerrado vem perdendo gradativamente suas matas ciliares, que evitam  o assoreamento e garantem a preservação dos cursos d'água e das nascentes. 

O uso de agrotóxicos nas culturas extensivas, o tratamento do lixo e o consumo excessivo dos sacos plásticos, foram citados pelo ministro como inimigos da qualidade e da oferta da água. Todos  vetores de poluição e degradação dos rios, lagoas, canais e o mar, onde acabam indo parar depois de utilizados. Para ele, não há como cuidar da água, sem que isso exija uma participação direta,  integrada e mais efetiva do setor de recursos hídricos em todos esses assuntos.

O ministro falou, também, da Política Nacional de Meio Ambiente, aprovada terça-feira (27/10) pela Câmara, lembrando que está diretamente relacionada aos recursos hídricos.

Dados que indicam que um terço da economia do nordeste serão afetados pelo aumento de 2,5 graus celsius na temperatura do Planeta, segundo ele, apontam para uma preocupação crescente com a oferta de água, principalmente no cerrado e na caatinga. 

Minc alertou os conselheiros para as preocupações sobre as discussões em Copenhagen, embora tenham a ver diretamente com a qualidade do ar, estão ligadas à preservação dos recursos hídricos.

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