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Consumidor aceita desafio contra uso das sacolas plásticas

Campanha do MMA mobiliza sociedade para trocar embalagens plásticas pelas retornáveis quando for transportar as compras de supermercado para casa.
Publicado: Quarta, 14 Outubro 2009 21:00 Última modificação: Quarta, 14 Outubro 2009 21:00
Melissa Freitas

No Dia do Consumidor Consciente, a professora Neusa Santos e a família Bellot aceitaram o desafio do Ministério do Meio Ambiente (MMA) de "Um Dia Sem Sacola Plástica" e deram o exemplo: trocaram as sacolas plásticas pelas retornáveis para transportar as compras de supermercado.

A "vovó doida" Neusa - como é apelidada pelos netos - garante que sempre usa as sacolas de pano para as compras grandes e Cristovão Bellot e a filha Márcia não só usam as ecobags como ainda estimulam a reciclagem de lixo no condomínio onde moram em Nova Ipanema, no Rio de Janeiro, contribuindo para que os funcionários da limpeza - responsáveis pela separação dos resíduos - sejam recompensados mensalmente com cestas básicas.

Durante a coletiva de divulgação do Dia Sem Sacolas Plásticas, realizada no Rio de Janeiro, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, alertou que apenas 1% das sacolas são reaproveitadas, enquanto são consumidas diariamente 36 milhões da embalagem no Brasil. Além disso, destacou que somente 3% dos domicílios brasileiros separam o lixo. Para o ministro, são números que mostram a necessidade de estimular o consumidor a repensar seus hábitos e a adotar atitudes de consumo mais conscientes.

Minc ressaltou que o consumo consciente já existe, como o selo Procel de economia de energia de geladeiras e a Nota Verde de emissões de poluentes veiculares - ambos mecanismos que permitem ao consumidor optar por produtos com melhores níveis de eficiência energética, proporcionando economia e preservação do meio ambiente - e acredita que o mesmo raciocínio vale para as sacolas plásticas, pois o poder do consumidor está influenciando a gestão das empresas, a exemplo do que aconteceu com o boicote de grandes redes de supermercados à carne oriunda de pecuária em área de desmatamento.

O ministro ressaltou que, na questão das sacolas plásticas, o consumo consciente é uma das frentes que deve ser trabalhada para enfrentar o prejuízo ambiental. Outra seria com a indústria, com a produção de sacolas resistentes e também com o reaproveitamento e transformação do material em produtos para construção. Para estimular essa produção, em outra frente de atuação, Minc garantiu que o Governo Federal está com proposta de reduzir impostos sobre produtos reciclados, primeiro o tributo sobre produtos industrializados, o IPI, e depois o sobre mercadorias e serviços, o ICMS.

Em contrapartida, a gestão dos resíduos e o trabalho das cooperativas, bem como as parcerias com a iniciativa privada e os varejistas são as formas de promover a sustentabilidade social e o consumo consciente. "Mais do que usar sacola plástica para acondicionar o lixo, precisamos é separar os resíduos, gerando emprego e renda. O lixo é a matéria-prima fora do lugar", acrescentou.

Durante a coletiva, a secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, disse que o objetivo do Ministério não é "travar uma guerra santa contra as sacolinhas, mas mostrar como um produto aparentemente inofensivo esconde uma tragédia ambiental se não for consumido com consciência".

Consumidor internauta - Para reforçar a comunicação do tema com a sociedade e difundir a campanha "Saco é um Saco" entre formadores de opinião e internautas em geral, o MMA, em parceria com o Carrefour, aproveitou a oportunidade para lançar a estratégia de internet da campanha, com o hotsite www.sacoeumsaco.com.br e as ações articuladas nas redes sociais, como Orkut, Twitter, Facebook e Youtube.

Para o presidente do Carrefour, Jean-Marc Pueyo, e para o diretor de Sustentabilidade da rede de supermercados, Paulo Pianez, aderir à campanha do Ministério é mais uma ação de conscientização ambiental da empresa, que busca tanto à formação do pessoal em suas lojas quanto à multiplicação social com práticas ambientais junto aos seus clientes.

Também participaram da coletiva, a secretária do Ambiente do Rio de Janeiro, Marilene Ramos, e a representante do Instituto Akatu, Heloísa Mello.

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