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Desertificação deverá ser discutida em convenção do Clima

Proposta apresentada por Minc recebeu apoio de países do Mercosul, Bolívia, Chile e Venezuela
Publicado: Segunda, 28 Setembro 2009 21:00 Última modificação: Segunda, 28 Setembro 2009 21:00

Em reunião na manhã desta terça-feira (29/9) com os ministros de Meio Ambiente do Mercosul e da Bolívia, Chile e Venezuela, em encontro paralelo à Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (COP-9), em Buenos Aires, o ministro do Meio Ambiente do Brasil, Carlos Minc, recebeu apoio a sua proposta de que os projetos de recuperação de solos degradados, como os desertificados, sejam considerados ações de mitigação dos efeitos do aquecimento global.

O entendimento entre os ministros abre portas para que o tema seja discutido pela Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, a ser realizada, em dezembro, em Copenhague (Dinamarca).

"Estou defendendo que as ações de recuperação de áreas degradadas, como no Nordeste, entrem no Mercado de Crédito de Carbono", afirmou Minc.

Após o encontro com os ministros de Meio Ambiente, Minc discursou no plenário da convenção de Buenos Aires. Seu discurso de improviso, falando em espanhol, acabou sendo a sensação da manhã, arrancando aplausos acalorados e felicitações de integrantes de ONGs e de delegados de países que participam do evento, principalmente da África.

Minc foi muito aplaudido ao falar, de forma apaixonada, sobre a importância de que as ações de mitigação e de adaptação aos efeitos do crescente aquecimento global tenham como uma de suas prioridades as áreas degradadas, de semiárido e desérticas.

Ao falar sobre a importância de se promoverem "ações de solidariedade" aos países pobres, em especial da África, Minc defendeu que cerca de 1/3 do chamado Fundo Verde  para ações de enfrentamento do aquecimento global, que deverá ser aprovado em Copenhague, com o esperado aporte de pelo menos US$ 400 bilhões anuais por parte das nações mais ricas  seja direcionado para projetos de adaptação e mitigação de áreas degradadas pela mudança do clima.

Segundo ele, ações de recuperação de solos degradados, como reflorestamento, são grandes opções para absorção de carbono.

Estudo mostra implicações das mudanças climáticas na economia

O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Egon Krakhecke, que também participa da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (COP-9), em Buenos Aires, disse que são preocupantes os fenômenos resultantes dos efeitos das mudanças climáticas, principalmente no Nordeste.

Estudo recente da Universidade Federal de Minas Gerais em cooperação com a Fiocruz mostra um cenário preocupante com relação às implicações climáticas seja sobre a economia, agricultura, saúde e no movimento migratório no semiárido.

"O estudo traz uma profunda preocupação e leva também à procura de uma atuação muito mais rápida no combate a essas consequências. Para fazer esse enfrentamento é preciso um esforço global ainda maior do que o atual", informou Krakhecke.

Para combater os efeitos do fenômeno da desertificação, o Ministério do Meio Ambiente está articulando um grande pacto nacional para a construção de uma agenda de desenvolvimento sustentável para o semiárido, região onde estão localizados 11 estados brasileiros, sendo os nove nordestinos e mais Minas Gerais e Espírito Santo. O objetivo é fortalecer a agenda de combate à desertificação.

O 1º Encontro Nacional de Enfrentamento da Desertificação é uma das ações do MMA previsto para ocorrer em março do próximo ano, em Petrolina/Juazeiro.

A iniciativa do ministério foi levada para a reunião de Buenos Aires. No encontro, o governo brasileiro também informará sobre a implementação do Programa Nacional de Combate à Desertificação (PAN/Brasil) que é o norteador para a realização dos planos estaduais de combate à desertificação.

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