O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participou nesta sexta-feira (18/9), em São João de Meriti (RJ), na Baixada Fluminense, de cerimônia de encerramento do Projeto de Limpeza do rio Pavuna-Meriti. Uma iniciativa que, entre novembro de 2008 e abril de 2009, retirou 4.387 toneladas de lixo das margens e do curso d'água do rio que banha os municípios fluminenses do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João do Meriti e Nilópolis.
Para encerrar a ação, foram entregues certificados aos 38 agentes ambientais, todos eles moradores da região, treinados durante dois meses para realizar o levantamento dos dados socioeconômicos da área. A pesquisa revelou que cerca de 46% dos moradores das comunidades localizadas no entorno da região lançam o esgoto doméstico nos rios e canais próximos. Apenas 16% dos entrevistados afirmaram jogar seu lixo em locais apropriados.
Segundo o ministro Carlos Minc, para que a ação tenha bons resultados é fundamental a participação da população. Autor da lei estadual de educação ambiental no Rio de Janeiro, ele defendeu que as obras de saneamento e dragagem devem ser feitas associadas a um bom projeto de educação ambiental e à coleta e reciclagem do lixo. Minc acredita que os agentes ambientais treinados pelo projeto serão multiplicadores capazes de mobilizar escolas e famílias em toda a região.
Ao todo, foram aplicados dois mil questionários junto aos moradores do entorno do Pavuna-Meriti. Além de captar os dados, os agentes levaram informações sobre formas de tratamento do lixo e de prevenção de doenças. Com isso, a Secretaria do Ambiente e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgãos que promoveram a ação, pretendem intensificar ações estratégicas de educação ambiental e organizar novos projetos para a região.
A secretária Marilene Ramos explicou que para reduzir a quantidade de detritos e lixos jogados nos rios é necessário investir em trabalhos socioeducativos junto à população. As ações previstas em escolas e nas comunidades incluem temas como prevenção à dengue, exposição com materiais recicláveis e apresentações de teatro e música. Ela disse ainda que o Pavuna-Meriti precisa de outros tratamentos, como novos projetos de dragagem e engenharia.
O estudo revelou que ao longo de seu trajeto, o rio recebe carga de efluentes domésticos e industriais, além de muitos resíduos sólidos. Foram encontrados, por exemplo, restos de pneus, sofás e geladeiras, carcaças de veículos e milhares de sacolas plásticas.
Além da pesquisa, o mutirão de limpeza e as obras de dragagem também foram ações importantes no projeto. A iniciativa foi promovida nos 20 quilômetros de extensão do rio, desde o Campo do Gericinó, onde estão localizadas as nascentes, até sua foz em Duque de Caxias, onde as águas do Pavuna-Meriti encontram a Baía de Guanabara.
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