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Desmatamento na Amazônia ainda é intolerável, diz ministro

Imazon registrou queda em 36 municípios que estão entre os que mais desmatam
Publicado: Quinta, 30 Julho 2009 21:00 Última modificação: Quinta, 30 Julho 2009 21:00

Ao comentar os dados do instituto Imazon de queda de 74% do desmatamento na Floresta Amazônica, de agosto de 2008 a junho de 2009, em relacão ao mesmo período do ano anterior, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que o grande desafio agora é "pegar esse bom momento" e criar condições de desenvolvimento sustentável na região.

 

Na Amazônia como um todo, foram registrados 1.234 km2 de desmatamento, bem menos do que os 4.755 km2 detectados no período anterior. E segundo dados da ONG, nos 36 municípios da Amazônia que encabeçam a lista dos que mais desmatam, a queda acumulada, de agosto de 2008 a junho de 2009, foi até um pouco maior: 76%.

 

Mesmo assim, o ministro do Meio Ambiente se recusou a comemorar os dados positivos do Imazon. "Não temos ilusão, o desmatamento ainda está alto, isso é intolerável", disse Minc.

Em coletiva à imprensa, na Cidade do Rio de Janeiro, o ministro listou as ações do governo que, em sua opinião, foram responsáveis pela queda do desmatamento: um aumento pesado da fiscalização na Amazônia, que foi triplicada; o corte do crédito para os desmatadores, segundo resolução do Banco Central; o leilão do boi pirata; e o aumento das barreiras policiais nos principais entroncamentos de estradas da região.

Ele ponderou que provavelmente, nos últimos dois meses, começou a haver também o reflexo da crise financeira e econômica mundial, mas que esse fator não foi preponderante para a queda detectada no período analisado.

Minc elogiou a situação encontrada no Mato Grosso, em que houve uma queda expressiva do desmatamento de 82%. No entanto, para ele, o estado mais problemático continua a ser o Pará. "O Pará é o problema mais grave", disse.

Embora tenha sido detectada uma queda do desmatamento de 70% no Pará, o ministro acha que essa redução foi menor do que a registrada, já que havia muitas nuvens sobre o estado, em especial na área cortada pela Transamazônica, dificultando-se assim a medição precisa feita por satélite. O mesmo não ocorreu no Mato Grosso, que estava com o céu praticamente livre de nuvens.

O Pará, segundo o ministro, concentra a maior parte das cerca de 70 milhões de cabeças de gado da Amazônia e 90% de suas terras não têm regularização fundiária. Por isso, o governo federal vem concentrando suas ações de regularização fundiária no estado e reforçando medidas repressivas contra o gado ilegal, o chamado boi pirata.

O ministro apontou um dado significativo detectado pelo Imazon no Pará: municípios como São Félix do Xingu tiveram reduções expressivas no desmatamento (média de 73%). Foi nessa região que foi realizado o primeiro leilão do boi pirata, no ano passado, o que segundo Minc demonstra o acerto da política do Ministério do Meio Ambiente de combate ao gado ilegal em áreas de unidades de conservação.

Minc ressaltou que o Fundo Amazônia, que já conta com US$ 110 milhões doados pelo governo da Noruega, será usado para a promoção de empreendimentos sustentáveis no Pará e em toda a Amazônia. Para ele, mais do que as ações de repressão, é fundamental, para a preservação, incentivar as cerca de 25 milhões pessoas que habitam a região a manter a floresta em pé.

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