Paulenir Constâncio
O ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, participou, nesta quarta-feira (17), no município cearense de Aquiraz, de operação que resultou na queima de 600 km de redes de pesca do tipo caçoeira, utilizadas na pesca predatória. O material foi apreendido nos últimos três anos no litoral do estado em ações de combate a crimes ambientais, que resultaram também na apreensão de três toneladas de pescado.
"Temos de coibir o crime ambiental, mas precisamos também alertar o consumidor", destacou Minc durante a operação, afirmando que se o pescador vai para o mar trabalhar mesmo sabendo da proibição é porque tem mercado, existe gente que compra e que consome a lagosta. A operação foi realizada na Cerâmica Tavares, que emprega casca de coco e restos de corte de madeira em seus fornos. "Isso mostra que é possível buscar alternativas de sustentabilidade", disse Minc.
Citando recente decisão do Ministério Público proibindo as grandes redes de supermercados de comprarem carne de frigoríficos que abatem gado adquirido de pecuaristas que exercem a atividade ao arrepio das leis ambientais, o ministro afirmou que o consumidor agora está mais exigente e se une ao estado na punição aos crimes ambientais. "A melhor punição para a atividade predatória e que prejudica a natureza é ninguém consumir carne que venha de criação ilegal de gado na Amazônia", adicionou o ministro.
Minc destacou que os grandes exploradores desse mercado devem ser punidos, mas para o pescador artesanal vai propor que o estado proporcione uma alternativa que lhe garanta o sustento quando a pesca estiver limitada ou proibida. Segundo o ministro, a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca e o Ministério do Meio Ambiente vão incentivar o consumo do pescado. "Queremos dobrar a produção, mas 90% do pescado terá de vir da aquicultura e piscicultura".
A resex de Prainha do Canto Verde, recém-criada em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5/6), foi lembrada por Minc como exemplo de atividade sustentável que o governo pretende implantar para substituir atividades predatórias e danosas ao meio ambiente.
A operação em Fortaleza foi deflagrada em 2003 pela Superintendência Regional do Ibama do Ceará. Segundo o superintende João Juvêncio, a fiscalização vem contando com diversas parcerias no estado, principalmente das populações da costa. "Principalmente o cidadão, já que não dá para colocar um fiscal em cada lugar", acrescentou Juvêncio. Participou também da operação o assessor especial do MMA, José Mauricio Padrone.
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