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MMA defende modelo pluralista e sustentável para agricultura familiar

Publicado: Quarta, 22 Abril 2009 21:00 Última modificação: Quarta, 22 Abril 2009 21:00
Suelene Gusmão

A construção de uma política de desenvolvimento agrícola socialmente includente, economicamente viável e ambientalmente sustentável foi o principal ponto do debate ocorrido na reunião do Fórum Permanente das Rede de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), hoje (23) em Brasília. Representantes do Governo Federal, de 150 instituições de assistência técnica e extensão rural e dos movimentos dos agricultores familiares discutiram a implementação desta nova abordagem na agricultura conhecida como Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Sistêmico).

O novo modelo defendido no Fórum se diferencia do atual por pensar a agricultura familiar de forma pluralista e diversificada, fortalecendo o componente de manejo ambiental da propriedade. É a primeira vez que se propõe um programa de produção agrícola integrado. Inicialmente concebida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a proposta de agricultura familiar integrada é defendida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) que já vinha adotando-a em seus programas e projetos como o PDA (Projetos Demonstrativos), Projeto Nacional de Gestão Ambiental Rural (Gestar) e Programa de Desenvolvimento Socioambiental da Produção Familiar Rural (Proambiente).

Segundo Roberto Vizentin, diretor de Zoneamento Territorial do MMA, presente na discussão do Fórum da Ater, "o Pronaf Sistêmico é uma estratégia de reconciliação da agricultura com o meio ambiente". Ele explicou que neste cenário, o papel do MMA será principalmente o de socializar as experiências que já vem desenvolvendo. O novo modelo, que prioriza uma visão ampla e integrada da produção agrícola com o meio ambiente, já vem sendo colocado em prática no Paraná e deve atingir as cerca de oito milhões de famílias de produtores familiares em todo o País.

Vizentin explicou que as experiências realizadas em alguns estados do Brasil representam uma transição agroecológica que vai desembocar na concretização de uma política pública para o setor. "O Pronf sistêmico cria uma oportunidade extraordinária de se pensar na construção de uma política agrícola em harmonia com a política ambiental, contribuindo com a concepção de uma agenda comum em torno da política nacional de assistência técnica e extensão rural", disse.

O diretor do MMA explicou que o novo modelo  é revolucionário e de vanguarda pois vai reorientar a maneira como hoje é oferecido o financiamento bancário e vai exigir uma nova abordagem para a pesquisa e a extensão rural.  "Será exigida dos profissionais de extensão rural uma formação eclética, que inclua consciência crítica e forte visão ecossistêmica da qual depende a atividade agrícola. Para tanto, será de fundamental importância o papel que os órgãos de extensão rural terão na implementação de novo modelo de desenvolvimento agrícola", lembrou Vizentin.
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