O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, solicitou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, apoio da Força Nacional de Segurança para intervir em Paragominas (PA), onde manifestantes realizaram, hoje (24) pela manhã, uma manifestação contra fiscais do Ibama. Os fiscais haviam apreendido no município cerca de 400 metros cúbicos de madeira, carregados em 14 caminhões. Minc anunciou que o MMA não vai recuar na investida que vem fazendo contra os crimes ambientais Pelo contrário, vamos intensificar as ações e punir os responsáveis. Não vamos nos intimidar, garantiu o ministro.
A manifestação feita por cerca de 3 mil pessoas contra fiscais do Ibama, iniciada às 19h da noite de ontem, é a resposta dos desmatadores à Operação Rastro Negro, que apreendeu no município cerca de 400 metros cúbicos de madeira carregados em 14 caminhões, na madrugada de domingo, dia 23. Há indícios de que essas madeiras tenham vindo de uma reserva indígena, por conta da essência de maçaranduba, que só é encontrada na reserva indígena próxima à estrada da Caipe, onde os infratores foram flagrados.
De acordo com o fiscal do Ibama Marco Antonio Vidal, os manifestantes atearam fogo na garagem do escritório do Ibama, onde estavam quatro veículos do órgão, duas L-200, um fiat e um fusca, além de depredarem o prédio, roubarem os caminhões com as toras e conduzir tratores, pás carregadeiras e caminhões até o hotel para intimidar os fiscais. "Eles depredaram os móveis, equipamentos do escritório e queimaram os processos que estavam lá. Ainda tentaram invadir o hotel onde estamos hospedados, arrancando o portão de entrada com o trator e ateando fogo na entrada, mas foram impedidos de continuar, por causa das bombas de gás lacrimogêneo que foram lançadas pela Polícia Militar", conta Vidal.
Segundo o coordenador geral de fiscalização do Ibama, Luciano Evaristo, em resposta aos atentados, "iremos intensificar as fiscalizações para coibir o desmatamento e o roubo de madeira das terras indígenas da região, aumentando a presença do Estado na área. Já fizemos o pedido à Polícia Federal, que está em Altamira com a operação Arco de Fogo, junto com a Força Nacional de Segurança, para se deslocarem para o local".
A Operação Rastro Negro, que deu origem a essa série de acontecimentos, está sendo realizada em Paragominas desde o dia 28 de outubro com o objetivo de combater a produção, transporte e comércio ilegal de carvão vegetal no estado. Até o momento, a equipe destruiu mais de 200 fornos de carvão ilegais, apreendeu 120 metros cúbicos de carvão vegetal, e aplicou multas que somam mais de 2 milhões.
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