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Minc quer livro sobre espécies da fauna ameaçadas de extinção nas escolas

Ministro avalia que nas bibliotecas e na mão dos professores, obra pode ser decisiva para salvação das 627 espécies que correm risco de desaparecer. Publicação mostra onde encontra, como vive e como é popularmente conhecido cada um dos animais em perigo
Publicado: Segunda, 03 Novembro 2008 22:00 Última modificação: Segunda, 03 Novembro 2008 22:00

Paulenir Constâncio

O Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, lançado nesta terça-feira (4) pelo MMA, deverá chegar a todas as escolas brasileiras, anunciou o ministro Carlos Minc. Na cerimônia, realizada na sede da Secretaria de Biodiversidade e Florestas - 505 Norte -, ele disse que "a nossa garotada conhece a girafa e o elefante, que, aliás, são bichos bonitos, mas não conhece os nossos animais". A obra traz detalhes sobre as 627 espécies que correm o risco de desaparecer.

O assunto deverá fazer parte da pauta de uma reunião, ainda esta semana, entre Minc e o ministro da Educação, Fernando Haddad. "Nas bibliotecas e na mão dos professores, o livro pode ser decisivo para a salvação dessas espécies", avalia Minc. Com 1.500 páginas, que mostram onde se encontra, como vive e como é popularmente conhecido cada um dos animais, peixes, aves e insetos em perigo, a obra vai chegar primeiro às unidades de conservação nacionais sob a responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

O ministro ressaltou a importância da publicação, lembrando que sua edição é a continuidade de um trabalho do MMA, que em parceria com a Fundação Biodiversitas, a Conservação Internacional Brasil e a Universidade Federal de Minas Gerais, elaborou uma pesquisa sistemática da maior importância para a identificação das espécies ameaçadas. Cada cidadão, em cada município, terá condições de conhecer a biodiversidade à sua volta e se engajar na luta para salvar a fauna em risco, espera o ministro. "Você só defende aquilo que você ama e só ama aquilo que você conhece", analisou. Para Minc, o Livro Vermelho é "um chamamento à sociedade. É um grito. Um basta à degradação ambiental". O ministro avalia ser "intolerável" que em nome do progresso se esteja levando um número tão significativo de espécies à extinção. "Esta lista é um tapa na cara pelo modo irresponsável de produzir", alertou.

A pesquisa que resultou no livro acabou por introduzir espécies novas na lista de risco e também retirar dele algumas que deixaram a situação de risco. As principais causas apontadas para o aumento de 217 para 627 espécies em extinção são o desmatamento, o tráfico de animais silvestres e a degradação ambiental. Novos dados foram introduzidos pelos pesquisadores, principalmente sobre os peixes e insetos, contribuindo para ampliar a lista. Minc lembrou uma série de medidas que o MMA vem tomando para diminuir o impacto da ocupação humana sobre as espécies ameaçadas.

As iniciativas vão desde o investimento na infra-estrutura dos parques nacionais até a criação de outros em áreas onde espécies da fauna e da flora correm risco de ser extintas até a contratação anunciada de três mil novos fiscais, com o objetivo de coibir e combater os crimes ambientais. "Mas não pensem que isso é fácil, pois não basta chegar para o presidente Lula e dizer para ele assinar um decreto", disse Minc.

O ministro enfatizou que ao criar unidades de conservação é preciso dotá-las de uma infra-estrutura eficiente e um conjunto de medidas, como corredores ecológicos, capazes de auxiliar na preservação das espécies. Por isso, o MMA está preparando um plano de manejo para 40 unidades de conservação e está buscando parcerias com empresas para que elas "adotem" um parque ou assumam os custos necessários para ajudar a tirar uma das espécies da lista. Lembrou que salvar um animal da extinção implica em um trabalho de pesquisa de campo, interferência no ambiente e em seu entorno para proporcionar condições de sobrevivência e reprodução.

Participaram da cerimônia de lançamento do Livro Vermelho, além do ministro Carlos Minc, o presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Mello, a secretária de Biodiversidade e Florestas, Maria Cecilia Wey de Brito, e representante do Ibama, João Pessoa.



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