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Desmatamento ilegal na Amazônia cai 22% em setembro

Ministro atribuiu resultado ao maior rigor e à regularidade nas operações de fiscalização do Ibama. Dados do Inpe mostram que foram desmatados 587 Km2 no mês passado contra 756 Km2 em agosto
Publicado: Terça, 28 Outubro 2008 22:00 Última modificação: Terça, 28 Outubro 2008 22:00

Daniela Mendes

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, atribuiu, entre outros pontos, ao maior rigor e à regularidade nas operações de fiscalização do Ibama, a queda de 22% no desmatamento ilegal na Amazônia divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os dados mostram que foram desmatados 587 Km2 no mês de setembro na Amazônia Legal, sendo que Mato Grosso (216,3 Km2), Pará (126,8 Km2) e Maranhão (97,2 km2) lideram a lista entre os nove estados avaliados. Em agosto, o Inpe registrou 756 Km2 de desmatamento ilegal na mesma região.

Também é de 22% a redução do desmatamento acumulado nos meses de junho, julho, agosto e setembro de 2008 em relação a 2007. O Inpe, nesse período, registrou 3.256 Km2 desmatados em 2007 e 2.539 km2 em 2008. Foi a maior queda nesses últimos meses desde que há o controle do Inpe, afirmou Minc.

Comparando-se apenas os dados de agosto e setembro, em 2006 houve um aumento de 45,24%, em 2007 o desmatamento saltou para 162,17% e, em 2008, houve queda de 22,35%.

"É sempre melhor diminuir do que aumentar, mas 500 km2 de desmatamento em um só mês é inadmissível", disse o ministro, ao comentar os números em entrevista coletiva no Ministério do Meio Ambiente.

Segundo Minc, apenas nos meses de agosto e setembro, foram realizadas 37 operações do Ibama na Amazônia que resultaram em mais de R$ 212 milhões em multas aplicadas, em 720 autos de infração, na apreensão de mais de 18 mil m3 de madeira e toras e no embargo de nove serrarias.

Ele afirmou ainda que o MMA e o Ibama vão intensificar as operações de fiscalização na região, mantendo o ritmo de uma operação a cada dez dias nas regiões mais críticas apontadas pelo Deter. "Nos próximos dias eu vou participar de três operações fortes em Rondônia, Mato Grosso e no Amazonas, mas o Ibama vai realizar várias outras sem a minha presença", adiantou o ministro.

Ainda com o objetivo de reforçar a repressão ao crime ambiental, na próxima semana Minc agendou reunião com Tarso Genro, ministro da Justiça, para negociar mais apoio às operações de fiscalização do Ibama com a instalação de outras seis barreiras rodoviárias em entroncamentos estratégicos dentro e fora da Amazônia. "Antes, a gente estava pegando só serrarias, mas agora nós estamos atuando também em desmatamento e entroncamentos e os resultados estão surgindo", informou o ministro.

Outra ação anunciada pelo ministro foi a interligação, até o final de novembro, dos Documentos de Origem Florestal (DOF) estaduais ao sistema do Ibama, para evitar o uso indevido dessas autorizações que permitem a movimentação de madeira de forma ilegal. "A gente vai fazer um trabalho de inteligência, um pente-fino nos planos de manejo estaduais", alertou Minc.

Fundo Amazônia - Uma das maiores preocupações manifestadas pelo ministro Carlos Minc diz respeito à criação de oportunidades sustentáveis de trabalho para a população que vive na Amazônia Legal. Segundo ele, somente com a oferta de outras opções de sustento será possível reverter o grave quadro de devastação da floresta.

Ele aposta nos recursos do Fundo Amazônia como um forte instrumento para viabilizar uma nova realidade de trabalho na região. Minc adiantou que, além da Noruega - que já se comprometeu a doar US$ 1 bilhão até 2012 ao Fundo, outras três grandes empresas brasileiras da área de energia, de logística e outros países estão articulando contribuições expressivas. "A princípio a crise financeira mundial não mudou os humores dos nossos doadores", avaliou.


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