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Depois da Amazônia, Cerrado também terá fundo para práticas sustentáveis

Publicado: Quarta, 24 Setembro 2008 21:00 Última modificação: Quarta, 24 Setembro 2008 21:00

Aida Feitosa

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou, nesta quinta-feira (25), em Goiânia, a criação do Fundo Cerrado para promoção de práticas sustentáveis no bioma. "A exemplo do que ocorre da Amazônia, com monitoramento constante teremos dados para fiscalização e pesquisa, o que vai permitir que as pessoas vivam com dignidade sem destruir a vegetação nativa."

O anúncio foi feito na Universidade Federal de Goiás, durante lançamento de ações para estimular a conservação e o uso sustentável do bioma. No evento foi assinado um Protocolo de Intenções entre o MMA, Ibama, UFG, Conservação Internacional  CI e The Nature Conservancy do Brasil  TNC-Brasil, com vistas a conjugar as capacidades técnicas, científicas, financeiras e políticas das instituições para o monitoramento do bioma, de forma a gerar alertas sistemáticos de desmatamento. A base será o Sistema Integrado de Alerta de Desmatamentos no Cerrado (Siad), desenvolvido pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás - Lapig/UFG, com o apoio da CI e TNC-Brasil.

O Siad detectou possíveis desmatamentos em cerca de 18.900 km2 de vegetação nativa do Cerrado no período de 2003 a 2007, o que equivale a 1.900.000 campos de futebol ou a 16 cidades do tamanho do Rio de Janeiro. Os dados obtidos permitem aos pesquisadores projetar tendências futuras de desmatamento com base no padrão apresentado nos últimos quatro anos e, conseqüentemente, elaborar estratégias de conservação adequadas e preventivas. O coordenador do Lapig/UFG, Laerte Ferreira, ressalta, no entanto, que devido à resolução das imagens Modis utilizadas no Siad, não é possível verificar a ocorrência de desmatamentos inferiores a 25 hectares.

Em virtude da experiência adquirida na bacia do Rio São Francisco desde 2006, caberá ao Centro de Monitoramento Ambiental do Ibama  Cemam/Ibama analisar os dados do Siad, a fim de aprimorar as atividades do órgão em andamento no bioma Cerrado. Além disso, o Cemam/Ibama contribuirá com o Lapig/UFG no que diz respeito à validação dos dados em campo e desenvolvimento da metodologia, a fim de que os futuros dados de alerta de desmatamentos apresentem-se mais refinados e qualificados.

Todos os dados de alertas de desmatamentos gerados pelo Siad estão disponíveis através da ferramenta i3Geo, desenvolvida pelo MMA, um banco de dados online sobre o bioma Cerrado por meio do qual é possível o acesso e manipulação de diferentes tipos de dados cartográficos e censitários, bem como a geração de mapas (acesse www.ufg.br/lapig).

O ministro também lembrou que das 416 espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, 131 são do Cerrado. Para reverter esse quadro, Carlos Minc anunciou, além do Fundo Cerrado, a destinação de R$ 4,6 milhões para a gestão do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e a determinação de preços mínimos para o pequi e o babaçu que são produtos do extrativismo do Cerrado.

Encerrando a programação na UFG, foi lançado o livro A Encruzilhada Socioambiental  Biodiversidade, Economia e Sustentabilidade no Cerrado, organizado por Laerte Ferreira. O livro é uma coletânea de nove textos que documenta e sintetiza os principais resultados do Projeto Identificação de Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade em Goiás (PDIAP). Multidisciplinar e fruto de um esforço coletivo, o livro procura melhor entender os conflitos e superar a dicotomia aparentemente irreconciliável entre desenvolvimento e conservação no bioma Cerrado

Seguindo agenda em Goiânia, o ministro Carlos Minc assinou com o prefeito da cidade Íris Rezende três termos de cooperação técnica para favorecer o programa da coleta seletiva, as ações de licenciamento ambiental e a implementação do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) municipal. Goiânia é o primeiro município brasileiro a elaborar este instrumento de ordenamento e regularização territorial. O prefeito Íris Rezende lembrou ainda que Goiânia é a cidade brasileira com maior área verde por habitante do País e a segunda do mundo.

O ministro do Meio Ambiente destacou os esforços ambientais de Goiânia na preservação do Cerrado e ressaltou que o Brasil tem um compromisso internacional de preservar 10% de cada bioma em unidades de conservação municipais, estaduais ou federais. "Hoje, o Cerrado tem 6,6% de sua área preservada, temos que unir esforços para cumprir o objetivo dos 10%."

Finalizando sua estada na capital goiana, Carlos Minc assinou acordo de cooperação técnica com o governador do estado de Goiás Alcides Rodrigues para a elaboração do Zoneamento Ecológico- Econômico (ZEE) do estado. O ministro também testemunhou a ordem de serviço do governador para que seja destinado R$ 1 milhão para pesquisas que vão subsidiar as conclusões do zoneamento.






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