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Conabio definirá estratégia nacional de combate a espécies exóticas invasoras

Publicado: Terça, 16 Setembro 2008 21:00 Última modificação: Terça, 16 Setembro 2008 21:00

Daniela Mendes

Búfalos, javalis, aedes aegypti, HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), caracol gigante africano, mexilhão dourado, pinus, braqueária são exemplos de espécies exóticas invasoras presentes no Brasil. Organismos (plantas, animais e microorganismos) que, uma vez introduzidos em um novo ambiente dentro de um mesmo país ou fora dele, se estabelecem causando impactos ecológicos, econômicos e sociais.

Essas espécies são consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade no mundo. Estudos recentes realizados pela Universidade de Cornell (EUA), avaliando espécies exóticas invasoras nos Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Índia e Brasil, estimaram em 120 mil o número de espécies que já invadiram esses países causando um prejuízo de cerca de US$ 350 bilhões/ano. No mundo todo esse número chegaria a US$ 1,5 trilhão/ano, aproximadamente 5% do PIB mundial.

Em função da dimensão do problema, foi criada no último dia 9 de setembro, no âmbito da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), uma Câmara, presidida pelo Ministério do Meio Ambiente, com o objetivo de definir uma estratégia nacional de combate às espécies exóticas invasoras. É o primeiro fórum criado no Brasil para tratar desse tema que contará com a participação de diversos setores da sociedade como os ministérios da Saúde, dos Transportes, da Agricultura, Instituto Horus e Sociedade Botânica do Brasil.

Essa Câmara, entre outras atribuições, será responsável por formular um glossário padronizando as nomenclaturas usadas no Brasil, além de elaborar a primeira lista das espécies invasoras presentes no território nacional.

"No Brasil há poucos dados ainda sobre essas espécies. Por isso a necessidade que todos os setores se unam para combater esse problema que tem 70% da sua decorrência em função de ações do homem sobre o ambiente", afirmou Lídio Coradin, do Departamento de Conservação da Biodiversidade do MMA.

Segundo Lídio, o problema das espécies invasoras é que elas são inseridas em locais onde não encontram seus predadores naturais, com isso elas acabam predando o ambiente em que se instalaram e quebrando as cadeias das espécies como é o caso do tucunaré, peixe originário do Amazonas, mas que é encontrado em várias outras regiões do País e do mexilhão dourado que causa um prejuízo à Usina de Itaipu de US$ 1 milhão por semana.

Informe Nacional - Desde 1992, a Convenção de Diversidade Biológica (CDB), no artigo 8-H, estabelece que os países signatários devem se preocupar com a prevenção, combate e controle das espécies exóticas invasoras. Em 2000, na Conferência das Partes da ONU, em Nairóbi, no Quênia, foi definido um plano para os países atuarem no combate a esse problema.

Seguindo essas diretrizes, no Brasil está sendo elaborado o primeiro Informe Nacional sobre espécies exóticas invasoras. O estudo trará um diagnóstico sobre as espécies instaladas no País e potenciais estruturas para erradicação e controle abrangendo espécies terrestres, marinhas, em águas continentais, em sistemas de produção e que afetem a saúde humana.

A primeira parte do estudo, englobando a parte marinha e águas continentais, deverá ser divulgada ainda em 2008. As outras áreas devem ter sua lista divulgada no início de 2009.


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