O Comitê Gestor da Carteira de Extrativismo aprovou, na semana passada, quinze novos projetos de comunidades tradicionais que serão financiados, a fundo perdido, com recursos orçamentários do MMA. Foram aprovados investimentos em equipamento, infra-estruturas e em cursos de qualificação de pessoal - tanto em técnicas de produção como em gestão e política associativa. Para os técnicos do MMA que analisaram os projetos, é crescente o interesse por esse tipo de qualificação, o que demonstra o amadurecimento dos extrativistas.
"Essas comunidades estão cada vez mais preocupadas em se organizar e se fortalecer como um elo da cadeia produtiva. Os projetos de qualificação foram pelo menos metade dos apresentados. E é importante destacar que nós não propomos nada, mas apenas acatamos demandas espontâneas das comunidades. Essa mudança de foco de interesse, que agora está mais voltada para o domínio da técnicas de produção e mecanismos de gestão, é uma evolução", avalia a superintendente da Carteira de Projetos, Adriana Soares de Carvalho.
Entre os projetos aprovados e que demonstram essa nova ótica dos extrativistas, Adriana cita o da Associação de Agricultores rurais de Santa Cruz, no Acre, que dividirá os recursos levantados junto ao MMA entre a compra de uma embarcação para escoar a produção e curso de capacitação de lideranças para aumentar o envolvimento dos associados e fortalecer a entidade dentro da cadeia produtiva. A mesma coisa fez a Colônia de Pesca V45, da Bahia, que investirá uma parte do dinheiro na reforma do galpão para limpeza e venda de peixes e na capacitação dos associados.
Os projetos submetidos à Carteira Extrativista também demonstram a preocupação de algumas comunidades de beneficiarem minimamente os produtos extrativistas. Uma associação de pequenos produtores rurais do Maranhão, por exemplo, aprovou o projeto Doce Cerrado para a construção de uma fábrica de doces para processar as frutas coletadas pelos associados.
Na última reunião do Comitê Gestor foram aprovados doze projetos do tipo B (até R$ 30 mil) e três do tipo C (até R$ 100 mil), num total aproximado de R$ 700 mil.
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